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    Veja o que se sabe sobre a demissão do ministro do GSI

    Imagens obtidas com exclusividade pela CNN movimentaram Brasília na quarta-feira (19) e levaram à primeira baixa no ministério do governo Lula

    Câmeras mostram ministro do GSI no Palácio do Planalto durante ataques no dia 8 de janeiro
    Câmeras mostram ministro do GSI no Palácio do Planalto durante ataques no dia 8 de janeiro Reprodução CNN

    Da CNN

    Na manhã de quarta-feira (19), vídeos divulgados pela CNN movimentaram a capital federal e levaram à primeira baixa no alto escalão do governo Lula.

    O general Gonçalves Dias, até então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pediu demissão após a repercussão de imagens que mostram ele dentro do Palácio do Planalto durante os ataques criminosos contra o Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023.

    Veja a linha do tempo dos acontecimentos

    • Por volta das 9h, a CNN divulga imagens que teve acesso com exclusividade do circuito interno de 22 câmeras do Palácio do Planalto no dia dos atos criminosos

    Foram mais de 160 horas analisadas. Às 16h29, duas câmeras registram imagens do ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, durante ataques de invasores no Palácio do Planalto.

    Inicialmente, ele caminha sozinho no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República. Gonçalves Dias tenta abrir duas portas e depois entra no gabinete.

    Após alguns minutos, o ministro aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns invasores. As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de criminosos.

    Em seguida, surgem nas imagens outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do Planalto.

    As imagens exclusivas a que a CNN teve acesso mostram que em vários momentos funcionários do GSI e os invasores circulavam no Palácio do Planalto.

    No terceiro andar, onde as câmeras registraram as imagens do ministro, os criminosos quebraram câmeras de segurança, mesas de vidro, o relógio Balthazar Martinot, obra de arte do século 17, que chegou ao Brasil pelas mãos de dom João VI em 1808, além de revirarem gavetas e móveis.

    • Por volta de 12h, GSI diz que condutas de agentes públicos estão sendo apuradas

    Após imagens divulgadas com exclusividade pela CNN, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) afirmou que avalia a conduta de agentes públicos do órgão no dia 8 de janeiro.

    No comunicado, o GSI aponta que “as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos”.

    Em outro trecho, o órgão diz que “se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”.

    Leia a íntegra da nota divulgada pelo GSI.

    • Oposição aumenta pressão por CPMI de 8 de janeiro

    A oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta obstruir as atividades na Câmara dos Deputados e pressiona o presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pelo andamento do pedido de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) relativa aos atos criminosos de 8 de janeiro deste ano.

    Além da insatisfação de parte dos deputados federais com o adiamento da sessão do Congresso, eles também se referiram às imagens obtidas com exclusividade pela CNN que mostram a atuação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em 8 de janeiro.

    • Às 13h, a Polícia Federal decide antecipar a convocação de Gonçalves Dias sobre o ataque aos Três Poderes

    A Polícia Federal antecipou o depoimento o agora ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, sobre os atos criminosos do dia 8 de janeiro.

    A convocação foi antecipada por causa das imagens divulgadas com exclusividade pela CNN.

    Segundo relatos, nos 81 depoimentos já coletados de militares sobre os atos de 8 de janeiro, os investigadores já haviam ouvido sobre a suposta negligência de Gonçalves Dias na invasão ao Planalto.

    • Previsto para ser ouvido por volta das 14h, ministro do GSI não comparece ao Congresso para falar sobre 8 de janeiro

    O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, decidiu não comparecer à Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19), onde falaria sobre o ataque aos Três Poderes de 8 de janeiro por volta das 14h.

    A ausência foi confirmada pela assessoria do deputado Ubiratan Sanderson, presidente da comissão de segurança. Dias apresentou um atestado médico à presidência da comissão.

    De acordo com o documento, Dias foi atendido pelo Serviço Médico da Coordenação de Saúde às 13h de quarta, com quadro clínico agudo e com necessidade de medicação e observação, “devendo ter ausência em compromissos justificadas por motivo de saúde”.

    O ex-ministro deveria prestar explicações para a Comissão de Segurança Pública sobre a alegação de que o governo federal teria recebido vários alertas quanto ao risco iminente de ataques aos prédios públicos localizados na Praça dos Três Poderes antes dos atos criminosos do início do ano.

    • Comissão da Câmara aprova convocação de ministro do GSI

    A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do então ministro Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para prestar esclarecimentos sobre os atos criminosos de 8 de janeiro.

    Gonçalves Dias foi o primeiro ministro de Lula a ser convocado pela Câmara. Os demais que prestaram esclarecimentos foram convidados. Em termos técnicos, a diferença é que a convocação obriga a autoridade a comparecer à reunião do colegiado.

    A convocação se deu após acordo das lideranças da oposição e do governo. O representante do governo, Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), chegou a um entendimento com o da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), sobre a votação do pedido de convocação do ministro.

    A audiência está marcada para a próxima quarta-feira (26), às 14h. Gonçalves Dias é obrigado a comparecer.

    • À tarde, Lula se reúne com chefe do GSI após imagens divulgadas pela CNN 

    O agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, se reuniu, na tarde de quarta, com presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros no Palácio do Planalto.

    Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Flávio Dino (Justiça) participaram do encontro.

    Saiba como foi a reunião.

    • Gonçalves Dias pede demissão do GSI

    Pouco tempo depois da reunião, o general Gonçalves Dias pediu demissão. Ele foi o primeiro ministro do governo de Lula a deixar o cargo.

    O governo federal publicou uma nota sobre o envolvimento de militares no 8 de janeiro, mas não falou explicitamente sobre a demissão do general Gonçalves Dias.

    Leia a nota na íntegra.

    • Número 2 de Dino, Ricardo Capelli assume interinamente o cargo

    O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, assume interinamente o comando do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

    Com a saída de Dias, o presidente Lula decidiu pela exoneração do secretário-executivo do GSI, general Ricardo José Nigri.

    Sem o ministro e o secretário-executivo, cargo considerado uma espécie de vice-ministro, o nome de Ricardo Cappelli, um civil, foi escolhido para assumir interinamente o comando do GSI.

    Cappelli conquistou a confiança de Lula no período de dois meses em que atuou, nomeado pelo presidente, como interventor na segurança do Distrito Federal após os atos criminosos do dia 8 de janeiro.

    A expectativa é a de que Lula bata o martelo com relação à escolha do ministro que assumirá definitivamente o GSI somente a partir do dia 26 de abril, quando vai voltar da viagem que fará para Portugal e Espanha.

    • Instalação de CPMI do 8 de janeiro

    Palácio do Planalto e a cúpula do PT mudaram de estratégia: deixarão de pressionar pela retirada de assinaturas e vão aceitar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional, para investigar os atos criminosos de 8 de janeiro.

    Até terça-feira (18), o governo e a base aliada vinham tentando ganhar mais tempo para evitar a instalação da CPMI. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou para a próxima semana a sessão do Congresso em que deverá fazer a leitura do ato de criação da comissão.

    Agora, o PT — com aval da presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR) — aceita a instalação da CPMI justamente para contrapor o discurso oposicionista de que infiltrados de esquerda teriam sido responsáveis pela quebradeira na Praça dos Três Poderes. O objetivo da base aliada será responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos atos e buscar conexões com seu grupo político.

    No governo, o sentimento era de que já não seria mais possível retirar assinaturas suficientes e a instalação da CPMI tornou-se um caminho irreversível.

    • Extinção do GSI ganha força no governo Lula

    O governo Lula avalia acabar com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, segundo fontes próximas ao presidente ouvidas pela CNN.

    Ainda de acordo com aliados de Lula, houve quebra de confiança; o presidente não acredita no GSI atual, e as investigações o ajudarão a tomar a decisão.

    Interlocutores de Lula defendem, desde a transição, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a segurança presidencial sob comando da Polícia Federal sejam alocadas em uma nova secretaria a ser criada diretamente no Palácio do Planalto.

    (Publicado por Marina Toledo)