À CNN, ministro defende valorização de refinarias e autossuficiência do Brasil em gasolina e diesel
Ao defender a valorização do patrimônio da estatal, Alexandre Silveira disse que política de desinvestimentos foi “ataque à soberania nacional”
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu em entrevista à CNN nesta quarta-feira (19) a valorização das refinarias nacionais e a capacidade do Brasil para se tornar autossuficiente na produção de gasolina e diesel.
“Vamos valorizar o conteúdo local, a modernização das nossas refinarias, para que possamos não só exportar óleo cru, mas também nos tornar autossuficientes no refino de gasolina. Temos toda a condição de nos tornarmos autossuficientes na gasolina e, no médio prazo, também no diesel”, disse.
Silveira destacou que o governo “respeita a governança da Petrobras”, mas disse que o Brasil não pode ficar “à mercê do grande cartel da Opep”. O grupo internacional anunciou recentemente corte na produção de petróleo, com objetivo de alavancar seus preços.
Ao defender a valorização do patrimônio da estatal, o ministro criticou a política de desinvestimentos implementada em governos anteriores. “Foi um grave erro [a política de desinvestimento], para não dizer um ataque à soberania nacional. Não se justifica”, disse.
Para o mineiro, o governo de Jair Bolsonaro (PL), por meio do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, planejava o desmonte do patrimônio da empresa, que culminaria na venda da empresa ao capital privado em um hipotético segundo mandato.
Durante a entrevista, Silveira voltou a afirmar que o governo federal defende que a Petrobras seja competitiva e rentável, mas destacou que a empresa deve “cumprir seu papel social”.
Desinvestimentos na Petrobras
A Petrobras comunicou, por meio de Fato Relevante no início de abril, que a nova diretoria executiva da empresa vai revisar os processos de desinvestimentos não assinados no âmbito dos ajustes ao Planejamento Estratégico da Companhia.
Na última quarta-feira (29), o Conselho de Administração (CA) da empresa havia confirmado que estudaria a matéria caso a nova diretora executiva decidisse propor revisão do plano. O posicionamento foi resposta a ofício do Ministério de Minas e Energia.
A empresa havia informado também que esta revisão não incluirá os processos de desinvestimentos que já estão em fase de assinatura e fechamento dos contratos.
Na ocasião, ficou decidida também a suspensão do processo de venda de 38 ativos da estatal.