PF faz operação contra garimpo ilegal no AM, PA, MS e em GO
Investigação aponta que grupo usava cianeto, substância tóxica, na extração do ouro
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (19) a operação Déjà Vu, contra garimpo ilegal após descobrir extração de ouro em terras da União no Amazonas.
Pela primeira vez, a PF identificou o uso de cianeto para a retirada do produto na região.
Segundo a PF, são cumpridos seis mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão em Manaus e Nova Olinda (AM), Goiânia (GO), Itaituba (PA) e Campo Grande (MS).
A CNN apurou que a 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Amazonas também determinou o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, “tal como o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em sua posse”.
A investigação começou após a PF descobrir um garimpo ilegal em terras da União na cidade de Maués, no Amazonas.
“Constatou-se através de laudo pericial um sofisticado esquema de lavagem de capitais com o uso de Permissões de Lavra Garimpeira (PLGs) sem nenhuma ou com pouca intervenção humana, atividade conhecida como esquentamento do ouro”, explicou a PF, em nota.
A PF chegou ao garimpo ilegal após denúncias. Os moradores relataram, ao órgão, que identificaram poluição das águas e morte de peixes e outros animais que fazem parte da alimentação da comunidade.
Foi detectado, ainda, o uso de cianeto na extração do ouro. A substância química, que tem a mesma função do mercúrio (usado para aglomerar o ouro garimpado) é perigosa para a saúde. “Conforme análise do laudo pericial, o garimpo em questão se utiliza de cianeto, material altamente tóxico”, destacou a PF.
De acordo com o órgão, o dano ambiental, provocado pela extração ilegal e uso de produtos tóxicos, já ultrapassa os R$ 429,6 milhões.
Prioridade da PF
Em 29 de março, o chefe da Diretoria de Amazônia e Meio Ambiente da PF, delegado Humberto Freire, deu entrevista à CNN e adiantou que operações contra desmatamento e garimpo ilegal seriam intensificadas na região.
“A gente precisa ter uma presença constante e maciça dos órgãos de fiscalização como a Polícia Federal e precisamos dar continuidade a essas ações. É isso que, com a criação dessa Diretoria, fortaleceremos a ação preventiva e implementaremos novas estruturas para proteger a Amazônia Legal e coibir crimes”, pontuou.