Família de Marília Mendonça recebe mais de 3 mil denúncias de vazamento de imagens
Plataforma foi criada após fotos do laudo pericial da artista serem compartilhadas nas redes sociais; suspeito foi preso na segunda-feira (17)
A família da cantora Marília Mendonça recebeu mais de 3 mil denúncias por meio do canal criado para receber postagens que utilizaram as fotos da cantora no Instituto Médico Legal (IML).
Na semana passada, imagens do laudo pericial da artista vazaram e circularam pelas redes sociais. “Já recebemos mais de 3 mil e-mails e estamos encaminhando à polícia civil para as devidas providências”, afirmou à CNN Robson Cunha, advogado da família.
Marília Mendonça morreu em dezembro de 2021 em um acidente de avião, em Minas Gerais. Ontem um suspeito de ter espalhado essas fotos foi preso pela polícia em Brasília.
Nas redes sociais, João Gustavo, irmão da cantora, afirmou que “as denúncias continuam”. “Muitos vão pagar por isso, pode esperar”, disse.
Em outra postagem, ele explicou a criação do canal. “Decidimos criar um e-mail para receber denúncias de pessoas que estão compartilhando essas fotos, que estão mandando essas fotos nas redes sociais, que estão compartilhando, dando RT”, disse João Gustavo.
“Então eu vim aqui pedir encarecidamente que, se vocês virem pessoas compartilhando, denunciem nesse e-mail que a gente criou, tirem print, que a gente vai tomar todas as providências cabíveis”.
Suspeito de compartilhar fotos foi preso no DF
Um suspeito de 22 anos foi preso em Santa Maria (DF) na segunda-feira (18), em flagrante, por compartilhar as imagens dos artista no IML. Não foram divulgados detalhes de como o homem preso conseguiu chegar até as fotos e vídeos.
A prisão foi resultado de uma operação feita pela Polícia Civil do DF. “A ação faz parte de uma investigação realizada por esta delegacia especializada que visou identificar administradores de perfis em redes sociais que divulgaram e compartilharam fotos e vídeos do corpo de personalidades artísticas”, informou a polícia em nota.
De acordo com o advogado da família, a prisão do suspeito não encerra o caso por completo:
“Para esclarecimento, a prisão ocorrida foi em função da prática de armazenamento e divulgação das fotos da necropsia da Marília Mendonça, prática que muitos cidadãos estão cometendo, mas não se trata do responsável pela captação inicial dos arquivos sigilosos da Polícia Civil de Minas Gerais, que ainda está sendo objeto de investigação do estado de MG. Isso reforça para todos aqueles que continuam retransmitindo as fotos que isso é crime e que a polícia está investigando essas práticas”, acrescenta a nota.
Segundo apurou a CNN junto a investigadores, o suspeito teve acesso a imagens feitas durante necropsia dos cantores Marília Mendonça, Gabriel Diniz e Cristiano Araújo, e compartilhava o conteúdo indiscriminadamente. Os dois primeiros artistas morreram em acidente de avião. Já Araújo perdeu a vida num acidente de carro.
No Brasil, a pena para quem pratica o crime de vilipêndio de cadáver pode ser de detenção de 1 a 3 anos de prisão e pagamento de multa.