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    Waack: Lula inaugurou uma política externa que se diz neutra, mas que tem lado

    O lado que Lula escolheu é desafiar a ordem internacional garantida hoje sobretudo pelos Estados Unidos. A ordem baseada em respeito a tratados e onde não vale a lei do mais forte

    William Waackda CNN

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou a política externa que se diz neutra, mas escolheu um lado, no caso, o lado da China e da Rússia.

    Não é simplesmente o lado em que estão esses dois países na guerra da Ucrânia. A Rússia, como brutal agressora e invasora. A China, como garantidora.

    O lado que Lula escolheu é desafiar a ordem internacional garantida hoje sobretudo pelos Estados Unidos. A ordem baseada em respeito a tratados e onde não vale a lei do mais forte.

    Ao escolher esse lado, Lula jogou no lixo a tradição diplomática do Itamaraty, e mandou às favas também princípios fundamentais das relações internacionais, como o respeito à integridade territorial e soberania dos países.

    A postura do presidente é a de quem julga que sua visão político ideológica é idêntica aos interesses do país.

    Ele parece incapaz de compreender a natureza dos conflitos atuais, que são geopolíticos e não simplesmente comerciais.

    Numa briga monumental como a de Estados Unidos e China, talvez seja mesmo um problema insolúvel para países como o Brasil, que é uma potência média sem capacidade de projetar poder e bastante vulnerável.

    Ao escolher o lado dos agressores, Lula apenas conseguiu tornar o Brasil ainda mais vulnerável.

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