Finlândia realiza primeiros exercícios militares com a Otan
Frota do país esteve acompanhada de embarcações alemãs e portuguesas que, antes de chegar ao porto de Helsinque, realizaram manobras próximo à fronteira com a Rússia
A Finlândia anunciou, nesta quinta-feira (13) que realizou o primeiro exercício militar desde que aderiu à Otan. De acordo com informações da Agência Lusa, a marinha do país esteve acompanhada de um navio português e um alemão, ao largo do porto da capital, Helsinque.
“Esta é a primeira vez que a Finlândia e a frota costeira realizam um exercício desde que a Finlândia entrou na NATO”, disse a marinha finlandesa em comunicado.
As duas fragatas que acompanharam o exercício, a Mecklenburg-Vorpommern alemã e a portuguesa Bartolomeu Dias, atracaram simbolicamente no porto, onde farão escala até domingo.
Antes da chegada ao porto, as fragatas participaram num exercício organizado pela Frota Costeira finlandesa, perto da Rússia, em conjunto com três navios finlandeses.
Em uma reviravolta histórica na política de segurança após décadas de não-alinhamento militar, a Finlândia tornou-se o 31º membro da OTAN em 4 de abril, respondendo à invasão da Ucrânia pela vizinha Rússia.
Planejamento nuclear
A Finlândia participará do planejamento nuclear da aliança militar ocidental e das operações de apoio, disse o Ministério da Defesa finlandês na quinta-feira, embora tenha decidido não permitir quaisquer armas nucleares em seu solo.
Ao ingressar na Otan, o governo finlandês decidiu que a Finlândia não permitiria o posicionamento de armas nucleares em seu território, mas não estabeleceu outras restrições para a adesão do país nórdico.
Na prática, a Finlândia participará do trabalho do grupo de planejamento nuclear da OTAN, que revisa e define a política nuclear da aliança, e pode participar de funções de apoio às operações nucleares da OTAN fora de seu próprio território, disse à Reuters o diretor-geral de Política de Defesa, Janne Kuusela.
“As armas nucleares têm um papel muito central na dissuasão e defesa construída pela OTAN. Nós também desfrutaremos da proteção delas e, portanto, é positivo para a Finlândia participar plenamente de diferentes maneiras e de forma alguma se isolar disso”, disse Kuusela.
(Publicado por Fábio Nascimento, com informações da Reuters e Lusa)