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    “Sabesp é a grande privatização do Brasil hoje, lá fora só se quer saber disso”, diz Tarcísio

    Estudo sobre a privatização da Sabesp ficará sob responsabilidade da Secretaria de Parcerias em Investimentos, assim como o da concessão de cinco linhas de transporte sobre trilhos operadas pela CPTM

    Iuri Pittada CNN , em São Paulo

    Em balanço dos 100 dias de gestão, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), colocou a venda do controle acionário da Sabesp para o setor privado como prioridade e deu novos passos nessa direção, ao autorizar a realização de estudos para a desestatização da companhia.

    “A Sabesp é a grande privatização do Brasil hoje”, afirmou o governador nesta segunda-feira (10), no Palácio dos Bandeirantes. “Você vai lá para fora e só se quer saber disso. Todo o mundo interessado (na Sabesp). “Se no governo federal o termo “privatização” se tornou tabu, em São Paulo tornou-se palavra de ordem.

    O contraponto ficou evidente nesta segunda-feira (10), mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também fez um balanço dos 100 dias de mandato em reunião ministerial — da mesma forma, Tarcísio teve toda a equipe de secretários ao lado na sede do governo paulista.

    “Nós temos pressa. Há uma montanha de liquidez aqui e lá fora, cerca de US$ 10 trilhões disponíveis para investimentos em infraestrutura”, pontuou o governador.

    Tarcísio citou dados de pesquisa Datafolha publicada nesse fim de semana em que foi detectado maior apoio às privatizações no Brasil e em São Paulo, mas não mencionou que a maioria dos paulistas (53%) rejeita a venda da Sabesp ao setor privado, ante 40% que apoiam a medida.

    “Vamos estudar o melhor modelo, que possa significar mais investimentos, participação dos municípios, metas de universalização do serviço e tarifa menor”, disse Tarcísio a jornalistas. “É falso que, se privatizar, a conta d’água vai aumentar”, argumentou.

    O estudo sobre a privatização da Sabesp ficará sob responsabilidade da Secretaria de Parcerias em Investimentos, assim como o da concessão de cinco linhas de transporte sobre trilhos operadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

    Atualmente, o estado detém 50,3% das ações da Sabesp e 49,7% estão com investidores privados.”O controle (privado) não vai ser único, e o governo vai manter participação relevante”, disse Tarcísio.

    Na semana passada, após o governo federal publicar decreto com mudanças no marco legal do saneamento, a Sabesp e as estatais equivalentes de Minas Gerais e Rio Grande do Sul deixaram a associação que reúne as empresas públicas do setor, em protesto contra as alterações promovidas pelo governo Lula.

    Além da privatização da Sabesp e da concessão de linhas da CPTM, Tarcísio disse estar animado com a concessão de um trem intercidades (TIC) com serviço convencional e expresso entre Campinas e São Paulo, passando por Jundiaí.

    “Temos quatro grupos que não atuam no Brasil, mas já demonstram interesse no projeto”, contou, sem revelar os nomes nem o país de origem das companhias.

    O governador também mantém esperança de que o Porto de Santos possa ser administrado pela iniciativa privada, apesar da postura do governo federal contrária às privatizações.

    Tarcísio viu como uma “sinalização” o fato de o terminal não está na lista de projetos retirados por Lula do programa de desestatização, como ocorreu com os Correios e a EBC, estatal responsável pela TV Brasil.

    “É uma porta aberta para o diálogo. O porto é o maior ativo da Baixada Santista e pode trazer investimentos de R$ 20 bilhões em pouco tempo.”