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    Após anos com relações cortadas, Arábia Saudita e Irã concordam em reabrir embaixadas

    Autoridades fizeram reunião bilateral de mais alto nível em sete anos; também concordaram em estudar maneiras de expandir sua cooperação

    Adam PourahmadiIrene NasserSimone McCarthyda CNN

    Os ministros das Relações Exteriores da Arábia Saudita e do Irã se reuniram em Pequim nesta quinta-feira (6) para discutir detalhes importantes na retomada de suas relações bilaterais após um acordo histórico mediado pela China no mês passado.

    Na reunião bilateral de mais alto nível entre autoridades dos dois países em mais de sete anos, o iraniano Hossein Amir-Abdollahian e o príncipe saudita Faisal bin Farhan Al Saud assinaram um acordo para reabrir embaixadas e consulados, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores do Irã.

    Embaixadas seriam abertas em Riad e Teerã, e consulados em Jeddah e Mashhad.

    Ambas as nações – anteriormente adversárias ferrenhas, que romperam relações diplomáticas em 2016 – também concordaram em estudar maneiras de expandir sua cooperação, incluindo a retomada de voos, viagens mútuas de delegações oficiais e do setor privado e facilitação de vistos, de acordo com o comunicado divulgado pelo Irã.

    “As duas partes enfatizaram sua disposição para eliminar todos os obstáculos enfrentados pela expansão da cooperação entre os dois países”, pontua o comunicado.

    O encontro ocorre depois que os dois lados concordaram em restabelecer relações diplomáticas após negociações em Pequim, em março.

    Um vídeo divulgado pela mídia estatal saudita mostrou os dois ministros de mãos dadas enquanto posavam para fotos, encorajados pelo ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, que estava no meio.

    A retomada das relações entre os dois países foi amplamente vista como uma vitória diplomática da China em uma região do Golfo que há muito tempo é considerada parte do domínio de influência dos Estados Unidos.

    O principal diplomata da China, Wang Yi, chamou o acordo de “vitória para o diálogo e uma vitória para a paz” e o enquadrou como parte do “papel construtivo da China em facilitar a solução adequada de questões críticas em todo o mundo”, de acordo com um comunicado da Ministério das Relações Exteriores da China em março, quando o acordo foi anunciado.

    Passado turbulento

    Riad cortou relações com Teerã em 2016, depois que manifestantes iranianos invadiram a embaixada saudita na capital iraniana após a execução de um clérigo xiita na Arábia Saudita.

    Desde então, eles travaram grande apreensão que envolveu vários países vizinhos, aproximando cada vez mais a região do conflito.

    Os dois países também apoiaram lados opostos de uma guerra civil no Iêmen, que foi descrita pelas Nações Unidas como uma das piores crises humanitárias do mundo.

    A Arábia Saudita, no entanto, está envolvida em negociações diretas com o movimento Houthi, alinhado ao Irã, e um cessar-fogo não oficial parece estar em vigor.

    A declaração divulgada na quinta-feira não mencionou esse conflito, mas incluiu uma promessa de “expandir sua cooperação em qualquer campo que possa garantir a segurança e a estabilidade da região e realizar os interesses de suas nações e países”.

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