Justiça alemã começa trâmite para liberar brasileiras presas por tráfico após terem malas trocadas
Justiça da Alemanha começou o trâmite para analisar a soltura das duas brasileiras que foram presas em Frankfurt após terem as malas trocadas por drogas por criminosos dentro do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos
A Justiça da Alemanha começou o trâmite para analisar a soltura das duas brasileiras que foram presas em Frankfurt após terem as malas trocadas por drogas por criminosos dentro do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A audiência de custódia de Jeanne Paolini e Kátyna Baía foi na manhã desta quarta-feira (5)
Segundo a advogada Luna Provázio Lara de Almeida, que representa as duas, o juiz e o Ministério Público alemães afirmaram que tiveram acesso ao inquérito policial emitido pela Polícia Federal com as fotos, mas ainda não tiveram acesso aos vídeos.
“Eles disseram que há fortes indícios de elas serem inocentes, mas querem ter acesso a todos os vídeos obtidos pela PF e ao inquérito completo, com a prisão dos reais suspeitos, antes de soltá-las”, explicou a defensora à CNN.
Ainda segundo a defesa das brasileiras, as autoridades alemãs querem ter acesso às provas através do Ministro da Justiça do Brasil e do Itamaraty, que é o responsável no Executivo para envio de documentação relacionados a presos em outros países. Até lá, as duas brasileiras permanecerão detidas.
Relembre o caso
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (4) a Operação Iraúna para combater o tráfico internacional de drogas por meio de troca de bagagens em aeroportos. Em São Paulo os policiais federais cumpriram 6 mandados judiciais de prisão temporária contra funcionários de empresas terceirizadas que trabalham dentro do aeroporto para as companhias aéreas.
As investigações apontam que o grupo criminoso enviou 40 kg de cocaína para a Alemanha através de troca de bagagens. Na ação, o grupo criminoso retirava etiquetas da bagagem despachada e as colocava em malas contendo drogas.
O grupo ainda se dividia da seguinte forma: alguns trocavam as etiquetas e tiravam fotos das malas. A outra parte fazia o transporte da bagagem do terminal doméstico para o internacional.
A investigação começou em março deste ano, quando duas passageiras de Goiânia (GO) tiveram suas bagagens trocadas e foram presas por tráfico internacional de drogas em Frankfurt, na Alemanha, após o desembarque de um voo que havia saído do Brasil.
Segundo a apuração, as bagagens tinham sido despachadas no Aeroporto Santa Genoveva em Goiânia e tiveram etiquetas trocadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
Segundo a PF, as passageiras negaram o crime de tráfico de drogas, mas ainda estão presas em Frankfurt. A polícia brasileira aponta, no entanto, uma série de evidências que comprovam que não há envolvimento das brasileiras com o transporte ilegal, pois não correspondem ao padrão usual das chamadas “mulas do tráfico”.
A Polícia Federal diz que as autoridades já estão tratando da soltura das duas brasileiras presas na Alemanha, via Embaixada do país em Berlim. A PF espera que elas sejam soltas o mais breve possível após as prisões dos responsáveis, nesta terça (4).