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    Libra esterlina tem melhor desempenho entre moedas de economias desenvolvidas; entenda

    Câmbio do Reino Unido foi impulsionado por indicações de que economia do país está se comportando melhor do que esperado

    Julia Horowitzda CNN , Londres

    A libra esterlina caiu para uma baixa recorde no outono passado, quando os investidores se rebelaram contra os planos orçamentários da ex-primeira-ministra Liz Truss. Agora, voltou a ter ganhos.

    A moeda atingiu seu nível mais alto em 10 meses em relação ao dólar americano na terça-feira, chegando a US$ 1,25 pela primeira vez desde junho de 2022. A moeda, que avançou cerca de 3,3% em relação ao dólar desde o início de 2023, é a com melhor desempenho entre economias desenvolvidas este ano.

    O câmbio do Reino Unido foi impulsionado por indicações de que a economia do país está se comportando melhor do que o esperado. Acredita-se que a atividade tenha crescido 0,1% nos últimos três meses do ano passado, acima da estimativa anterior de nenhum crescimento. O aumento do produto interno bruto em janeiro foi estimado em 0,3%, após cair 0,5% em dezembro.

    Essa resiliência está reforçando as expectativas de que o Banco da Inglaterra manterá altas agressivas nas taxas de juros, apesar das preocupações com a saúde do setor bancário global.

    O aumento das taxas pode impulsionar a moeda nacional porque ajuda a atrair investidores estrangeiros em busca de retornos mais elevados.

    A inflação no país também saltou para uma taxa anual de 10,4% em fevereiro, ressaltando a necessidade de o Banco da Inglaterra manter sua abordagem.

    A reviravolta da libra

    A libra caiu perto de US$ 1,03 em setembro de 2022, depois que o governo de Truss revelou planos para aumentar os empréstimos e reduzir os impostos, desencadeando pânico nos mercados financeiros que alimentou temores de uma recessão no Reino Unido.

    O Fundo Monetário Internacional previu em janeiro que a economia britânica contrairia 0,6% este ano, enquanto todas as outras avançadas cresceriam, mesmo que ligeiramente.

    “Havia muito pessimismo na cotação da libra”, disse Francesco Pesole, estrategista de câmbio do ING.

    Mas a forte retração nos preços da energia e a reabertura da China proporcionaram algum alívio sobre as perspectivas econômicas desde o início do ano.

    “Houve uma grande reavaliação das expectativas de crescimento na Europa, e isso impactou o Reino Unido”, falou Pesole.

    O euro também foi impulsionado por essa dinâmica, subindo 2,3% em relação ao dólar americano em 2023. A alta da libra foi mais acentuada em grande parte porque seus declínios em 2022 foram mais severos, completou.

    Ambas as moedas foram ajudadas pela forte queda do dólar em relação às máximas alcançadas em setembro passado, à medida que os temores de recessão se infiltraram nos Estados Unidos.

    A falta de clareza sobre os próximos passos do Federal Reserve também restringiu o dólar nas últimas semanas. A especulação dos investidores de que o Fed poderia pausar ou interromper os acréscimos das taxas devido a preocupações com a economia após a falência do Silicon Valley Bank no mês passado aumentou.

    Jordan Rochester, estrategista de câmbio da Nomura, acredita que a libra pode subir para US$ 1,30 este ano e “potencialmente mais”.

    Mas ele ainda vê riscos devido à incerteza em torno dos planos do Banco da Inglaterra e de como os aumentos das taxas afetarão a economia do país. E Pesole, do ING, alertou que as flutuações cambiais costumam ser exageradas quando os mercados estão agitados, como agora.

    “Em um ambiente de mercado volátil, os movimentos são exacerbados”, disse.

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