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    Documento sugere que Torres foi à Bahia tratar de bloqueios em rodovias visando resultado das eleições

    Investigação encontrou um documento feito pelo Ministério da Justiça com cidades onde Lula teve mais votos no primeiro turno

    Elijonas MaiaLarissa Rodriguesda CNN , em Brasília

    A Polícia Federal (PF) investiga uma viagem feita pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres à Bahia às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais em outubro do ano passado.

    Segundo fontes da PF ouvidas pela CNN, a viagem foi feita após a produção e análise de um documento de inteligência do ministério com mapa detalhado dos locais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o primeiro turno das eleições de 2022.

    De acordo com o que a PF investigou até aqui, o documento sugere que o objetivo da viagem de Anderson Torres era impedir que os eleitores dessas regiões votassem na segunda etapa do pleito, em 30 de outubro.

    A CNN apurou que o documento foi feito pela delegada Marília de Alencar, então diretora de inteligência do Ministério da Justiça, e que, posteriormente foi nomeada subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança do DF por Torres, cargo que ocupava à época dos atos criminosos de 8 de janeiro, na praça dos Três Poderes.

    Viagem

    A ida de Torres para a Bahia foi ao lado de Márcio Nunes Oliveira, então diretor-geral da PF. No estado, eles se reuniram com o superintendente da PF na região, Leandro Almada. O então ministro teria pedido apoio da Polícia Federal nos bloqueios que a Polícia Rodoviária Federal faria no segundo turno das eleições presidenciais. A conversa foi confirmada à reportagem por fontes ligadas à PRF.

    Para os investigadores da PF, o documento elaborado pela delegada Marília serviu para que o ex-ministro colocasse em prática o plano para atrapalhar a votação e autorizou a operação da PRF. Em 30 de outubro, eleitores de municípios do Nordeste — onde Lula teve mais votos do que Jair Bolsonaro (PL) — usaram as redes sociais para denunciar ações da PRF, nas estradas da região, para retardar o trânsito rumo às zonas de votação. Foram mais de 580 ações nas rodovias.

    O avanço das investigações complica a situação de Anderson Torres. Ele está preso desde 14 de janeiro, suspeito de omissão pelos atos de 8 de janeiro. Na casa de Torres, a PF encontrou uma minuta que mudaria o resultado das eleições. Em depoimento, ele classificou como “lixo” e disse que seria descartada.

    A CNN procurou os delegados Marília Alencar e Márcio Nunes, mas não teve retorno. O espaço segue aberto.

    O que diz o ex-ministro

    Por meio de nota, a defesa de Anderson Torres diz que “há poucos dias” assumiu a defesa dele de que está “estudando o processo e preparando uma defesa estritamente técnica”.

    “Os autos do inquérito são extensos e, por este motivo, não vamos nos precipitar com comentários de qualquer natureza ou emitir posicionamento sobre quaisquer fatos, sejam eles novos ou não. ​Nossas manifestações serão feitas nos autos”, acrescenta.

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