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    Em missão discreta, Amorim vai a Moscou e a Paris tratar de guerra na Ucrânia

    Ex-chanceler, que chefiou o Itamaraty nos dois primeiros governos de Lula ,é o principal conselheiro do presidente para temas de política externa

    Daniel Rittnerda CNN , em Brasília

    Em uma missão discreta e que não foi divulgada oficialmente pelo governo brasileiro, o chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim, esteve em Moscou e em Paris nos últimos dias para tratar da guerra na Ucrânia, segundo relatos feitos à CNN por fontes no Palácio do Planalto.

    Amorim esteve por dois dias na Rússia. Ele chegou na quarta-feira (29). Depois, embarcou na sexta-feira (31) para a França. Ele deve desembarcar neste domingo (2) em Brasília.

    O ex-chanceler, que chefiou o Itamaraty nos dois primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e é o principal conselheiro do presidente para temas de política externa, se reuniu com os assessores próximos dos presidentes Vladimir Putin e Emmanuel Macron.

    Nas conversas, segundo fontes, ele explorou a possibilidade de uma atuação do Brasil como eventual facilitador em um processo de paz entre Rússia e Ucrânia.

    A ida a Paris teria ocorrido porque a França é uma das grandes aliadas do primeiro-ministro Volodymyr Zelensky no conflito. Uma escala em Kiev para falar diretamente com o governo ucraniano foi considerada tecnicamente inviável.

    O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, deve visitar o Brasil no dia 17 de abril. Na semana anterior, Lula estará em Pequim e pretende conversar sobre a guerra com o líder chinês, Xi Jinping.

    De acordo com funcionários do governo brasileiro, o Planalto avaliou positivamente o documento com 12 pontos para uma proposta de paz na Ucrânia, que foi divulgado pela China em fevereiro. A proposta foi criticada por potências ocidentais. Putin, pelo contrário, disse que ela pode funcionar como uma base inicial para a paz.

    Além da guerra, um tema que pode ser objeto das conversas de Lavrov em Brasília é o uso de moedas locais no comércio entre Rússia e Brasil.

    Moscou sofre com a falta de divisas internacionais por causa das sanções impostas pelo Ocidente. O país é o maior fornecedor de fertilizantes para a agricultura brasileira.

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