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    Dia da mentira: trotes correspondem a mais de 10% das ligações de emergência no Rio de Janeiro

    A Central 190, da Polícia Militar, recebeu mais de um milhão de chamados no ano passado. No período foram quase 140 mil ligações falsas

    Isabelle Salemeda CNN

    “- 190, soldado Fernanda, qual a sua emergência?” – diz a atendente ao receber uma ligação.
    “ – Bom dia!” – responde do outro lado da linha uma voz infantil.
    “ – Com quem eu falo?”
    “ – Gabriela.”
    “ – Oi, Gabriela, o que eu posso te ajudar?”
    “ – Tem como fazer uma denúncia?”
    “ – Qual seria?” – pergunta a policial.
    “ – Nada que te interessa!” – e desliga.

    Ligações como essa se repetem todos os dias na central de atendimento à emergências da Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio de Janeiro. “Muitos chamados são feitos por crianças, mais de 20%. É preciso, também, a conscientização dos responsáveis sobre este cenário de modo que eles orientem os filhos sobre a importância do serviço e expliquem sobre os danos que os trotes oferecem”, disse o Secretário de Polícia Militar, Luiz Henrique Marinho Pires. Mas não são só as crianças.

    “ – Serviço 190. Soldado F. Gomes. Boa noite, em que posso ajudar? Qual a emergência?” – pergunta a atendente.
    A resposta é uma série de xingamentos. Do outro lado da linha, uma voz de um homem adulto.

    No dia da mentira, 1° de abril, a Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou um dado alarmante: só nos três primeiros meses do ano, o serviço de emergência da Secretaria recebeu quase 30 mil trotes. São xingamentos, falsas comunicações de ocorrência, pessoas que ligam para a central 190 e depois desligam sem falar nada.

    Em todo o ano passado, foram quase 140 mil trotes. Número que representa mais de 10% do total de chamadas, que foi de um milhão de ligações.

    As falsas comunicações de ocorrências representam, segundo a PM, um dos maiores desafios da Corporação no atendimento das ocorrências em todo o estado. Isso porque os trotes provocam a demora no atendimento às ocorrências reais. Ou seja, em muitos casos, essa espera maior significa um prejuízo a própria população.

    “Um trote é uma ocorrência aberta que às vezes demanda o envio de uma viatura que poderia estar estar auxiliando alguém que realmente precisasse da Polícia Militar. Ou ocupando um atendente que poderia estar atendendo uma mulher em situação de violência, por exemplo, que é um dos nosso maiores motivos de acionamento”, explicou Marinho Pires.

    Denúncias por aplicativo

    Recentemente, a PM fluminense lançou um aplicativo, disponível nas plataformas Android e IOS, em que as pessoas podem fazer denúncias de forma imediata. No entanto, é preciso lembrar a importância do uso consciente do serviço, evitando falsas comunicações de ocorrências, que possam comprometer a qualidade do serviço.

    A comunicação falsa de crime está prevista no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, com pena que varia entre um a seis meses de detenção.

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