Moraes mantém prisão de homem que furtou réplica da Constituição durante atos de 8 de janeiro
Ministro concorda com posição da PGR, que declarou que o homem pode coagir testemunhas se for solto
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido de liberdade e manteve a prisão de Marcelo Fernandes Lima, que levou a réplica da Constituição Federal de 1988 do STF durante invasão em Brasília nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
O ministro seguiu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Em liberdade, Marcelo Fernandes Lima poderá encobrir os ilícitos e alterar a verdade sobre os fatos, sobretudo mediante coação a testemunhas e outros agentes envolvidos e ocultação de dados e documentos que revelem a sua ligação com terceiros”, declarou a PGR.
A Procuradoria-Geral da República também destacou que “como se vê, o investigado teve efetiva participação e exerceu grande influência sobre os demais envolvidos, com nítido comportamento característico dos crimes multitudinários, sobretudo para a tentativa infeliz de ação objetivando ruptura do sistema democrático e os covardes ataques às Instituições Republicanas, conforme se depreende da análise dos vídeos apresentados pela Polícia Federal”.
Marcelo Fernandes Lima foi preso em 25 de janeiro. O homem entregou a réplica à Polícia Federal de Varginha (MG) e disse em depoimento que tomou o livro das mãos de outras pessoas para que ele não fosse destruído.
O designer, de São Lourenço (MG), apareceu em fotos com a réplica nas mãos na Praça dos Três Poderes.
Ele havia devolvido a réplica à PF no dia 12 daquele mês, quatro dias após os ataques na Praça dos Três Poderes, mas inicialmente acabou liberado, após prestar depoimento.
Ao Supremo, os advogados alegaram que o homem tem bons antecedentes, exerce atividade lícita, tem residência fixa, e é pai de cinco filhos, sendo um deles portador de deficiência intelectual.
A CNN procurou os advogados do preso e aguarda retorno.