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    EUA substitui Rússia como o principal fornecedor de petróleo bruto da Europa

    Invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro do ano passado, levou a uma reviravolta no abastecimento de energia da Europa

    Anna Coobanda CNN

    Em uma grande reviravolta, os Estados Unidos são agora o maior fornecedor de petróleo bruto para a União Europeia (UE). Em dezembro, 18% das importações de petróleo bruto do bloco vieram dos Estados Unidos, disse o escritório de dados da UE, Eurostat, nesta terça-feira (28).

    Até recentemente, a Rússia era o principal fornecedor de petróleo do bloco, respondendo por até 31% das importações totais até o final de janeiro de 2022, segundo a Eurostat. Os EUA, por sua vez, ficaram em um distante segundo lugar, com no máximo 13% de participação.

    Mas a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro do ano passado levou a uma reviravolta no abastecimento de energia da Europa.

    Os estados da UE reduziram suas importações de energia da Rússia, e o bloco impôs sanções às exportações de petróleo e carvão do país.

    Em dezembro, a União Europeia proibiu as importações de petróleo bruto russo transportado por via marítima e introduziu um teto de preço que proíbe transportadores, corretores de seguros e outras empresas de fornecer seus serviços se o petróleo for comprado por mais de US$ 60 o barril.

    Quando a guerra estourou, alguns países europeus também começaram a reduzir suas importações de gás natural russo. Moscou, por sua vez, começou a cortar fluxos para o continente.

    A gigante estatal de energia Gazprom primeiro reduziu as entregas de gás por meio do gasoduto Nord Stream 1, que representou cerca de 35% das importações totais de gás russo da Europa em 2021. E em setembro, fechou o gasoduto, alegando problemas técnicos.

    A participação da Rússia nas importações de gás natural da Europa caiu drasticamente, de 31% no primeiro trimestre de 2022 para quase 19% no final do ano, mostram dados do Eurostat.

    Isso tornou os Estados Unidos o segundo maior fornecedor de gás do bloco, com quase 20% de participação, atrás da principal fonte, a Noruega, que responde por quase 31% das importações de gás da UE.

    As exportações de petróleo dos EUA para a Europa estavam aumentando antes da guerra, embora a invasão da Rússia tenha aumentado a necessidade de aumentar as entregas de fontes alternativas, disse Jay Maroo, analista sênior do provedor de dados Vortexa.

    Independência do petróleo

    As importações de petróleo russo no bloco foram voláteis entre fevereiro e abril do ano passado, disse a Eurostat. Mas a partir de setembro de 2022, eles diminuíram gradualmente, até representarem apenas 4% do total das importações em dezembro.

    No final do ano, “os maiores fornecedores de petróleo bruto da UE eram os Estados Unidos, a Noruega e o Cazaquistão, mostrando que a UE conseguiu se adaptar ao cenário do mercado de petróleo em mudança e praticamente eliminar sua dependência do petróleo russo”, disse o Eurostat.

    A Rússia encontrou novos compradores para seu petróleo interessados ​​em comprar barris com um grande desconto – o petróleo dos Urais de Moscou está sendo negociado atualmente a US$ 54 o barril, em comparação com US$ 78 o barril do petróleo Brent, a referência global.

    A Índia e a China, em particular, aumentaram as importações de petróleo da Rússia desde a invasão da Ucrânia.

    O ministro da Energia da Rússia, Nikolai Shulginov, disse na terça-feira que Moscou redirecionou com sucesso “todo o volume” das exportações de petróleo bruto e derivados perdidos devido a sanções ocidentais, de acordo com comentários relatados pela TASS, uma agência de notícias estatal russa.

    No entanto, o ministério espera que a produção russa de petróleo e gás caia este ano, com a extração de gás afetada pela falta de compradores europeus, disse ele.

    Porém, a religação do mercado global de petróleo teve um preço.

    Maroo disse que, como as exportações de petróleo estão percorrendo distâncias maiores do que antes – da Rússia à Índia e China, e dos EUA e Oriente Médio à Europa – a “frota de petroleiros [é] geralmente mais ineficiente”.

    “[Isso] significa custos de frete sustentados mais altos para mover o petróleo ao redor do mundo”, disse ele.

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