À CNN, Nabiyah Be fala sobre os bastidores do sucesso “Daisy Jones & The Six”
Atriz contou como foi encontrar a voz da personagem Simone Jackson e diz que tem interesse em um possível spin-off focado na personagem
Depois de tanta espera pela adaptação do livro “Daisy Jones & The Six”, foi uma ótima surpresa para os fãs brasileiros descobrir que havia uma baiana no elenco: a atriz e cantora Nabiyah Be – caso você tenha dúvida, a pronúncia é “Nábiyah”, com ênfase no “Na”.
Não é a primeira vez da artista, filha do músico jamaicano Jimmy Cliff e da psicóloga brasileira Sônia Gomes, em uma grande produção hollywoodiana. Ela também fez parte do elenco de “Pantera Negra” como o par romântico de Michael B. Jordan.
Na série do Prime Video, Nabiyah dá vida à personagem Simone Jackson, que ganhou ainda mais destaque em relação à obra original e um episódio totalmente centrado nela. A história da personagem agradou tanto que os fãs estão pedindo um spin-off dedicado à cantora de disco.
À CNN, a artista mostrou interesse na ideia e contou alguns detalhes de bastidores do seriado. Confira:
Como foi para você ver a reação dos fãs brasileiros ao descobrir que tem uma brasileira na série?
Nossa, eu estou achando super engraçado as pessoas chocadas que sou brasileira, mas estou achando ótimo. Vamos, vamos deixar o povo saber. Let them know!
Como foi adaptar a personagem do livro para a série?
A minha experiência foi tão específica, talvez diferente dos meus colegas de elenco, porque sinto que a Simone talvez seja a mais expandida do livro pra série. Então eu já sabia lá no comecinho que seria diferente.
O papel une duas paixões suas: cantar e atuar. Como foi para você entrar na personagem e gravar as músicas?
Foi uma experiência super pessoal, super terapêutica. Eu fiz todos os vocais, todas as performances ao vivo. Não entraram todas, mas pra mim foi super importante fazer tudo ao vivo.
Como cantora e compositora, foi interessante achar a voz da Simone ainda acessando a beleza que existe em mim, dentro da minha voz, mas ao mesmo tempo honrando o fato de ela ser uma cantora americana de soul, pelo menos no começo [Simone depois muda para disco], dos anos 70.
Então houve algumas mudanças de nuances do meu fraseamento, as minhas inflexões realmente. Na música “A Song for You”, por exemplo, fiz um primeiro take que até gosto mais do que o que saiu na série, mas é um take que é muito a minha cara, muito eu, Nabiyah, cantando, não a Simone Jackson. Nele, dá para perceber que estou cantando como uma pessoa que cresceu nos anos 90 e que talvez tenha um background musical eclético. Então foi bastante interessante.
Nós amamos a relação entre Daisy e Simone. Como foi conhecer a Riley Keough e trazer essa relação para a tela?
Eu admiro muito a Riley. É uma pessoa extremamente autêntica e dócil e muito verdadeira. Então o aspecto da amizade foi fácil. Mas a gente conversou muito sobre o que significava essas duas pessoas serem amigas dentro de uma relação inter-racial nos anos 70.
E foi decidido, pelo menos internamente para mim, que a Simone era uma pessoa que não tinha esse papel de ativismo. Não talvez por menosprezar, mas sim por ser uma pessoa que queria realmente esse sucesso mainstream e, na cabeça dela, na realidade dela, se fizesse isso, se fosse uma Nina Simone da vida, que foi completamente criticada no começo da carreira, ela não teria o acesso mainstream que queria. Então a forma dela navegar a indústria, a vida, é muito estratégica. Talvez no episódio sete a gente tenha um gostinho dessa fala, do que ela quer dizer com isso para a Daisy.
E vocês foram para a Grécia. Como foi essa experiência?
Foi incrível porque acho que a produção tinha acabado, a gente terminou toda a gravação em Nova Orleans e levamos todo o universo das discotecas de Nova Iorque de 1970 para Atenas. Todos os figurantes, os nossos dançarinos, vieram da França. A gente também gravou numa ilha chamada Hidra, que não tem acesso para carros. Então a gente ia gravar de mula, pegava barco, escalava montanhas. Foi muito divertido.
A gente quer mais Simone Jackson. Se rolasse um spin-off da personagem, como você gostaria que fosse?
O povo tá falando, hein! Bom, tem todo um universo, tudo o que acontece em Nova Iorque, né? Eu sei que eu mesma tô curiosa pra saber o que acontece.
Você é da Bahia e nós temos artistas incríveis vindos de lá. Se você pudesse escolher um artista conterrâneo para um feat com a Simone Jackson, quem seria?
Eu acho que seria o Gil e a Gal, teriam um momento de Tropicália, um momento Tropicália no Central Park.
Assista ao vídeo da entrevista: