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    Alfonso Herrera fala sobre exploração do RBD e explica ausência em turnê

    Ator mexicano também falou sobre o trauma vivido no Brasil, em 2006, quando três fãs morreram pisoteadas

    Sofia Sampaioda CNN Brasil Soft

    Alfonso Herrera é um dos atores mexicanos mais respeitados e bem sucedidos no país e, por muitos anos, teve sua trajetória marcada pela novela “Rebelde” e o grupo RBD, ambos produtos da emissora Televisa.

    Divulgando o filme “¡Que Viva México!” para o jornal El País, Herrera falou sobre os abusos contratuais e outras explorações que sofreu ao lado dos colegas Anahí, Christian Chávez, Christopher Uckermann, Dulce Maria e Maite Perroni.

    Questionado sobre a decisão de não participar da turnê de retorno do grupo, que celebra 20 anos em uma série de shows em diversos países, Poncho (como também é conhecido), reforçou que está feliz com os projetos atuais e que sua energia está direcionada a eles. “Sei que [a turnê “Soy Rebelde”] será um sucesso enorme e não desejo a outra coisa além de coisas boas a todos eles”, disse.

    “Foi difícil porque assinamos um contrato cedendo os direitos do personagem da novela, da imagem deles e de tudo que foi explorado em termos de merchandising. Não vimos um único centavo”, revelou ao jornal sobre a Televisa.

    “Eu tinha 23 ou 24 anos e via a cara dos meus colegas em todos os lugares vendendo biscoitos, chicletes, sucos, cadernos, tênis, lápis e nada… A emissora de televisão dona desse projeto [Televisa] não foi justa e não é questão de dinheiro, tem a ver com a questão de trabalho. Fizemos um show no Coliseo de Los Angeles com 63 mil pessoas, por exemplo, e eles me pagaram 18 mil pesos por isso”.

    Atualmente, Alfonso Herrera mantém relação com algumas pessoas da emissora, ainda que seja contra a maneira com que a Televisa conduziu os direitos da novela e do grupo, “porque o entretenimento é assim”. Na entrevista, ele também revelou que ama e respeita os colegas que decidiram retornar com o RBD.

    “Compartilhamos coisas que ninguém sabe e nós seis estivemos lá em momentos alegres e em tempos difíceis, como no Brasil [quando três pessoas morreram pisoteadas em uma sessão de autógrafos, em 2007].

    “Até hoje tenho um pouco de medo quando vou a um lugar onde tem muita gente”, contou. “Estávamos sozinhos e nos apoiamos porque não tínhamos apoio psicológico para lidar com essa situação. Foi muito difícil. Anos depois voltamos ao Brasil, reencontramos os parentes e eu conheci o pai de uma das meninas que perdeu a vida. Aquele acontecimento me marcou de uma forma muito profunda e, por mais que eu tente dar a volta por cima, ele ainda está lá”.

    Por fim, Alfonso Herrera disse que o único que lhe interessa nesse momento é trabalhar “em coisas que me emocionem, que me entusiasmem e que desafiem como ‘¡Que viva México!'”.

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