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    Expansão econômica global sem inflação deve cair ao menor nível em 30 anos, diz Banco Mundial

    Instituição espera que potencial de crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) mundial entre 2022 e 2023 recue para 2,2% ao ano

    Maria Lígia Barros, especial para a AE, do Estadão Conteúdo

    A taxa máxima de velocidade em que a economia global pode crescer a longo prazo sem provocar inflação deverá cair até 2030 para o menor nível em 30 anos, apontou o Banco Mundial, alertando para a possibilidade de uma década perdida.

    A instituição disse, em relatório divulgado nesta segunda-feira (27) que quase todas as forças econômicas que impulsionaram o progresso nas últimas três décadas estão desaparecendo e que, por isso, espera que o potencial de crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) mundial entre 2022 e 2023 recue para 2,2% ao ano – cerca de um terço da taxa registrada na primeira década dos anos 2000.

    Nas economias em desenvolvimento, a queda seria de 6% ao ano para 4% ao ano. O declínio pode ser ainda mais acentuado caso o mundo enfrente uma crise financeira ou recessão global, acrescentou.

    “O declínio contínuo no potencial de crescimento tem sérias implicações para a capacidade do mundo de enfrentar o crescente leque de desafios único aos nossos tempos – pobreza persistente, rendas divergentes e mudanças climáticas”, afirmou o economista-chefe e vice presidente de Economia do Desenvolvimento do Banco Mundial, Indermit Gill.

    Gill fez a ressalva de que esse recuo pode ser reversível: “o limite de velocidade da economia global pode ser aumentado por meio de políticas que incentivem o trabalho, aumentem a produtividade e acelerem o investimento”.

    O documento indica que o crescimento potencial do PIB pode ser impulsionado em até 0,7 pontos porcentuais, para uma taxa média anual de 2,9%, caso os países adotem políticas sustentáveis e voltadas para o crescimento, revertendo o quadro de desaceleração.

    O texto pontua ações políticas específicas em nível nacional que podem fazer uma diferença importante na promoção de perspectivas de crescimento de longo prazo: alinhar as estruturas monetária, fiscal e financeira, capitalizar o setor de serviços e fortalecer a cooperação global.

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