Polícia do RJ apreende adolescente que planejava atentado em escola
Investigações revelam apologia ao nazismo. De acordo com delegado, o menor tem perfil diferenciado e necessita de acompanhamento do Estado
Um menor, de 17 anos, foi apreendido nesta sexta-feira (24) na própria escola, no Centro do Rio de Janeiro, por policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
Segundo a polícia, o adolescente planejava um atentado contra alunos e professores da unidade. Ele foi localizado após troca de informações entre a Polícia Civil, a Polícia Federal, a Interpol e a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Seeduc).
Um dos delegados responsáveis pelo caso, Marcus Vinícius Braga, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, explicou que o menor é investigado por ato análogo ao crime de terrorismo e, agora, a polícia tenta descobrir se ele agia sozinho ou em grupo.
“A gente instaurou procedimento para entender se com essa ação nossa o ataque foi evitado ou se ainda há uma rede que depende de uma investigação posterior”, revelou o delegado.
A polícia civil compartilhou com a imprensa vídeos que eram divulgados pelo adolescente na deep web, uma área da internet que fica escondida e tem pouca regulamentação. Nas gravações, o menor faz ameaças, exibe armas, mostra símbolos nazistas e usa palavras cruéis sobre o planejamento da morte de alunos e professores.
A apologia ao nazismo está sendo investigada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Segundo a delegada, Rita Salim, as investigações vão mostrar se ele era incentivado para a prática de atos extremistas por algum canal. “A Decradi vai desmembrar isso pra poder alcançar os canais que ele frequentava e que possivelmente outros adolescentes, adultos também frequentam. Vamos identificar quem anda divulgando e monitorando esses canais”.
De acordo com a polícia, o ataque à escola estava planejado para o dia 20 de abril. Data que marca os 24 anos do massacre de Columbine, nos Estados Unidos. Dois alunos entraram fortemente armados em um colégio no estado do Colorado e mataram 13 pessoas (12 alunos e uma professora). Outras 24 pessoas ficaram feridas.
O delegado Marcus Vinícius Braga destacou que a sensibilidade nesse caso tem que ser muito grande e o perfil do jovem precisa ser estudado.
“Ele necessita, nesse momento, o Estado vai fazer isso, de acesso a psicólogos, psiquiatras pra entender melhor esse perfil diferenciado. Não é o perfil de um adolescente infrator que pratica um crime comum, precisa realmente ser estudado”.