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    Ministros querem “trégua” de Lula em falas contra Moro

    Na avaliação de interlocutores próximos do presidente, Lula tem mais a perder do que a ganhar com essa discussão

    Daniel RittnerBasília Rodrigues

    Auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) querem que ele pare de falar sobre o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), evitando novos comentários públicos e referências ao ex-juiz da Operação Lava Jato.

    Na avaliação de interlocutores próximos do presidente, Lula tem mais a perder do que a ganhar com essa discussão. Eles temem que as seguidas declarações do petista fortaleçam Moro como figura da oposição e lhe deem palanque no Senado, onde ele acaba de assumir mandato e é tido como neófito na política.

    Um ministro do PT afirma que, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fora do país e correndo riscos de tornar-se inelegível, Moro pode herdar o espólio de votos da direita e falas contra ele ajudam na construção de sua imagem como liderança anti-Lula.

    Nesta quinta-feira (23), o presidente comentou o plano de integrantes do PCC para realizar ataques contra autoridades. Ele afirmou que, “se for mais uma armação, Sergio Moro ficará mais desmascarado ainda”.

    Na terça (21), Lula relembrou o período que passou preso, disse que xingava o ex-juiz e pensava em vingança. “De vez em quando ia um procurador, de sábado ou de semana, para visitar, ver se estava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores e perguntavam: ‘Tá tudo bem?’. Eu respondia: ‘não tá tudo bem, só vai estar bem quando eu f… esse Moro”, disse o presidente, em entrevista ao portal Brasil 247.

    Reservadamente, assessores próximos já haviam classificado essas declarações como um “erro”, que teria colocado Moro em evidência desnecessariamente.

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