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    Valor de compra trava acordo entre Ford e montadora chinesa na Bahia

    Interlocutores do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmam que uma possibilidade em estudo é a concessão de incentivos para a montadora chinesa se instalar do zero no estado

    Daniel Rittnerda CNN

    Às vésperas do embarque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Pequim, ainda estão indefinidas as negociações com a empresa chinesa BYD para que ela assuma a antiga fábrica da Ford no polo industrial de Camaçari, na Bahia.

    Segundo relataram à CNN fontes que têm acompanhado diretamente as discussões, não existe mais nenhuma pendência envolvendo o setor público, mas ainda não houve acordo entre as duas companhias em torno dos valores para a compra das instalações da Ford pela BYD.

    Essa é uma negociação privada e na qual os governos não podem interferir. Interlocutores do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmam que uma possibilidade em estudo é a concessão de incentivos para a montadora chinesa se instalar do zero no estado, construindo sua própria fábrica.

     

     

    O governador está disposto a ceder terreno e infraestrutura urbana, como ligação com a rede elétrica e de água e esgoto, para viabilizar o investimento bilionário dos chineses e anunciá-lo em Pequim.

    Jerônimo acompanhará Lula na viagem e acertará uma solução para dois megacontratos com a China: a ponte Salvador-Itaparica e o VLT do Subúrbio, um dos principais projetos de mobilidade urbana na capital baiana.

    A BYD é a maior fabricante de carros elétricos da China e assinou um protocolo de intenções com o governo baiano, acenando com aportes de cerca de R$ 3 bilhões e a geração de pelo menos 1.200 empregos.

    A Ford decidiu sair da Bahia em 2021. Em Camaçari, a montadora produzia os modelos Ka e EcoSport. Na época, a empresa também anunciou o fechamento das fábricas em Taubaté (SP) e Horizonte (CE).

    Jerônimo esteve em Brasília nesta semana e se reuniu com representantes da China. Na pauta, não só as tratativas sobre a produção de veículos, mas sobre os outros dois megacontratos da Bahia.

    A ponte Salvador-Itaparica tem 12,4 quilômetros de extensão e a previsão era de começo das obras em 2021, mas elas atrasaram por causa da pandemia e dos problemas causados pela alta dos insumos de construção. Trata-se de uma parceria público-privada (PPP) com os grupos chineses CCCC e CRC20.

    O VLT do Subúrbio, que rodará com veículos 100% elétricos, também é de responsabilidade da BYD. A licitação foi concluída em 2018, mas as obras estão paradas. Segundo interlocutores, o governador Jerônimo Rodrigues está confiante que as pendências serão totalmente resolvidas durante a viagem.

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