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    Denúncias de importunação sexual ainda são muito tímidas, diz delegada

    Em entrevista à CNN neste sábado, Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, diz que ainda existe um grande número de subnotificações -- as chamadas cifras negras

    Carol RaciunasTamara Nassifda CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN neste sábado (18), Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, diz que tem havido um aumento de denúncias de crimes de importunação sexual no país, mas ainda são “muito tímidas” e subnotificadas.

    “Existe um aumento nas denúncias, mas ainda muito tímido em face à realidade existente. Acreditamos que existe um número ainda muito grande de subnotificações, as chamadas cifras negras, que são aqueles crimes que ocorrem e não chegam ao conhecimento das autoridades”, afirmou ela.

    O termo ganhou notoriedade na última semana, após a expulsão dos participantes Guilherme Pinho, apelidado de MC Guimê, e Antônio Carlos Júnior, conhecido como Cara de Sapato, do reality show Big Brother Brasil 23 na última quinta-feira. Os dois foram acusados de importunação sexual contra a atriz e modelo mexicana Dania Mendez.

    Imagens das câmeras do reality show mostraram os dois participantes tentando contato físico com a mexicana durante uma festado programa. Dania visitava o Brasil em uma espécie de intercâmbio com o programa “La Casa de Los Famosos”.

    O crime, segundo a delegada, ainda é novo — o que ajuda a explicar o porquê de ser desconhecido por parte da sociedade.

    “Ele foi tipificado no Código Penal em 2018. É quando o autor do crime pratica atos para a satisfação da própria lascívia, sem a concordância do outro. Quando não existe o consentimento, temos o crime de importunação. São os abraços forçados, os beijos roubados, aquela palpadela nas nádegas, nos seios, tudo que ultrapassa a intimidade do outro sem a anuência.”

    Gallinati ressalta que crimes sexuais, como esse, podem ser investigados até sem denúncia. “É um crime que independe da representação da vítima. A partir do momento em que a emissora do reality divulgou imagens, essas imagens co-substanciam o inquérito policial que está sendo investigado”, afirma.

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar suposta importunação sexual dentro da casa do Big Brother Brasil, localizada na região de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde ficam os estúdios da TV Globo. MC Guimê e Cara de Sapato devem ser ouvidos na próxima semana.

    A pena varia de 1 a 5 anos de reclusão.

    Confira a entrevista na íntegra no vídeo acima.

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