Coreia do Norte dispara míssil de longo alcance antes de ida do presidente sul-coreano ao Japão
Cúpula entre presidentes sul-coreano e japonês será a primeira em 12 anos
A Coreia do Norte lançou um míssil balístico de longo alcance nesta quinta-feira (16), no fuso-horário do país, de acordo com autoridades do Japão e da Coreia do Sul, no mesmo dia em que os líderes desses dois países devem se reunir no Japão para a primeira cúpula em 12 anos.
Pelo menos um míssil balístico não identificado foi disparado nas águas da costa leste da Península Coreana, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
O Ministério da Defesa do Japão também confirmou o lançamento, estimando que o míssil cairia fora de sua Zona Econômica Exclusiva, aproximadamente 550 quilômetros a leste da Península Coreana.
A pasta acrescentou que a distância percorrida pelo míssil foi de aproximadamente 1.000 km e provavelmente atingiu uma altitude de mais de 6.000 km.
Os militares sul-coreanos adotaram postura de prontidão total enquanto cooperavam estreitamente com os EUA.
A Coreia do Norte testou pela última vez um míssil de longo alcance em 18 de fevereiro, o lançamento desta quinta-feira é o quarto de míssil balístico intercontinental em menos de um ano.
Nesta semana, outros testes foram feitos: no domingo (12), a Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro a partir de um submarino, e, no dia seguinte, atirou dois mísseis balísticos de curto alcance da província de Hwanghae do Sul.
Essas ações coincidem com os exercícios militares conjuntos de primavera entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul – os maiores que os dois aliados realizaram em cinco anos.
Antes dos exercícios do “Escudo da Liberdade de 11 dias”, a Coreia do Norte ameaçou tomar a “ação mais dura contra as conspirações mais perversas dos EUA e seus seguidores”.
Reunião entre Coreia do Sul e Japão
O momento também coincide com a ida do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol ao Japão para uma cúpula, o que seu gabinete saudou como “um marco importante” no desenvolvimento das relações bilaterais.
Antes de partir para Tóquio, Yoon pontuou à mídia internacional que “há uma necessidade crescente de cooperação entre a Coreia e o Japão neste momento de ‘policrise’”, citando a escalada das ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e a interrupção das cadeias de suprimentos globais.
“Não podemos perder tempo deixando as tensas relações Coreia-Japão sem vigilância”, disse Yoon.
Os dois vizinhos do Leste Asiático têm uma longa história ríspida, que remonta à ocupação colonial do Japão na península coreana, há um século.
Ambos países normalizaram as relações em 1965, mas a disputa histórica não resolvida continuou a causar desentendimentos, e a hostilidade persistiu.
Mais recentemente, as tensas relações minaram os esforços dos Estados Unidos para apresentar uma frente unida contra a Coreia do Norte – e a crescente assertividade da China.