O que pode causar mal para meu pet? Veja lista de plantas e alimentos tóxicos
Animais intoxicados podem apresentar uma série de complicações que vão além de sintomas como vômitos e diarreias
A intoxicação de pets por alimentos e plantas é uma das principais preocupações de tutores.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) reuniram informações sobre como criar um ambiente doméstico seguro para gatos e cachorros. A cartilha, que também apresenta dados que abrangem outros bichos, como coelhos e aves, é resultado de um projeto de extensão universitária de alunas e professores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
Animais intoxicados podem apresentar uma série de complicações que vão além de sintomas como vômitos e diarreias, como explica Júlia Waldvogel, aluna integrante do projeto. “Algumas plantas podem ser extremamente perigosas e até causar falhas na função do coração e do sistema nervoso do pet”, afirma.
Embora animais domésticos contem com instinto para saber diferenciar o que pode fazer bem e o que pode ser nocivo, parte dessa habilidade se perdeu com mudanças associadas ao processo de domesticação.
Riscos de alimentos e plantas
Algumas espécies de plantas podem ser perigosas se forem ingeridas, mastigadas ou apenas ao entrar em contato com a pele do animal. No entanto, é possível manter um ambiente com pets e plantas, desde que sejam adotadas medidas para a manutenção de uma distância segura. Como exemplo de plantas tóxicas, os especialistas citam o antúrio (também conhecido como flor-de-jorge-tadeu e planta-flamingo), a azaleia e a comigo-ninguém-pode.
Alimentos considerados tóxicos não devem ser oferecidos, nem mesmo em pequenas quantidades, ou deixados em locais de fácil acesso pelos animais. Com habilidade de subir em diferentes lugares com facilidade, gatos podem explorar ambientes como armários abertos ou o topo da geladeira, por exemplo.
A cartilha aponta comidas que podem causar desequilíbrios no organismo animal, com o risco de deixá-lo em estado grave (veja a galeria).
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Veja uma lista de alimentos que podem causar desequilíbrios no organismo animal, com o risco de intoxicação • Sol de Zuasnabar Brebbia/Getty Images
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Abacate: o mecanismo de ação desse alimento ainda é desconhecido para os animais domésticos. Os efeitos tóxicos variam entre cada espécie • Getty Images (Westend61)
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Açaí: é um alimento rico em metilxantinas, que são substâncias tóxicas para cães e gatos. Os cães são os mais sensíveis • Shutterstock
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Alho: é tóxico aos animais devido às diferenças de suas hemácias (células vermelhas do sangue) e no sistema enzimático que protege essas células • team voyas/Unsplash
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Café: é rico em metilxantinas, que são substâncias tóxicas para cães e gatos. Os cães são os mais sensíveis • Ben Kolde/Unsplash
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Cebola: existem substâncias nesse ingrediente que causam danos oxidativos nas hemácias e promovem um tipo de anemia • Mayu Ken/Unsplash
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Chá mate, verde e preto: também são ricos em metilxantinas, que são substâncias tóxicas para cães e gatos. Os cães são os mais sensíveis. • Svitlana/Unsplash
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Chocolate: animais intoxicados podem apresentar vômito (com ou sem sangue), aumento na quantidade de urina, hiperatividade e movimentos descoordenados para andar • Tetiana Bykovets/Unsplash
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Macadâmia: mecanismo de ação ainda desconhecido. Pode haver intoxicação mesmo em pequenas quantidades ingeridas dessas nozes • Volosina/Getty Images
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Uvas: mecanismo de ação ainda desconhecido. Grande variação na suscetibilidade à uva entre cães e gatos. Para alguns animais, apenas uma pequena quantidade da fruta pode levar a óbito • Marius Ciocirlan/Unsplash
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Xilitol: diferente do ser humano, pode levar a liberação de insulina em cães, causando uma redução rápida na glicemia, que pode ser grave e letal • 4nadia/Getty Images
A divulgação também busca auxiliar médicos-veterinários e profissionais do segmento pet, com cursos e materiais técnicos de capacitação e distribuição de guias e cartazes informativos em clínicas e hospitais universitários.
“No começo, direcionamos muitas atividades para levar informação aos donos de cães e gatos”, diz Júlia. “Mas com o tempo enxergamos outras oportunidades de público-alvo que poderiam complementar muito bem a promoção de um ambiente seguro e saudável para os pets”.
Sinais de intoxicação
Em caso de suspeita de intoxicação, os animais devem ser levados ao médico veterinário.
Alguns dos sinais clínicos são: náuseas, diarreia, dificuldade para respirar, aumento da frequência cardíaca, convulsões, alterações no comportamento e reações alérgicas. Os sintomas podem se manifestar de imediato ou levar algumas horas e até dias, e sua intensidade também é variável.
Para escolher onde colocar as plantas tóxicas em casa, avalie quais lugares seu animal de estimação costuma visitar e até onde eles alcançam. Para a alimentação dos pets, siga as instruções do médico veterinário para saber o que pode ser acrescentado à dieta deles de forma adequada.
(Com informações de Luísa Hirata, do Jornal da USP)