Reino Unido procura trabalhadores para preencher mais de um milhão de vagas de emprego
Faltam candidatos em vários setores e o governo vai anunciar medidas para tentar estimular o mercado
O Reino Unido, um dos países mais ricos do mundo, tem quase 1.2 milhão de vagas de trabalho abertas e sem candidatos para preenchê-las.
Os dados oficiais são do Office for National Statistics (Departamento Nacional de Estatísticas, uma espécie de IBGE britânico).
O problema está preocupando seriamente o governo, já que a falta de trabalhadores diminui a produtividade das empresas e o crescimento da economia.
A falta de trabalhadores é sentida em vários setores, e não apenas naqueles onde a mão de obra é menos qualificada.
Faltam, por exemplo, médicos, enfermeiros, professores, especialistas em TI e trabalhadores para os setores de logística, hotéis, bares e restaurantes.
Muitas empresas estão recorrendo à imigração, trazendo funcionários qualificados de várias partes do mundo.
Apesar do Brexit, o processo que levou o país a deixar a União Europeia e a fechar seu mercado de trabalho para os europeus, o Reino Unido registrou o recorde histórico de entrada de imigrantes em 2022.
Segundo o Office For National Statistics, cerca de 504 mil pessoas se mudaram de maneira definitiva para a ilha no ano passado.
Mais da metade desse número veio com vistos de trabalho permanente ou temporário conseguidos pelas empresas que os contrataram.
Para conseguir o direito de trabalhar no Reino Unido, os candidatos devem ter uma oferta de emprego oficial com um salário de pelo menos 25.600 libras por ano (cerca de R$ 162 mil).
A crise é tão grande que o governo vai anunciar nesta quarta-feira (14) uma série de medidas para tentar atrair mais britânicos para o mercado de trabalho.
Essas medidas fazem parte do anúncio do orçamento geral do Reino Unido para o ano fiscal que começa em abril.
O ministro da Economia, Jeremy Hunt, vai anunciar, por exemplo, incentivos para que aposentados voltem ao mercado de trabalho e também vai liberar estudantes para trabalharem de forma legal por 40 horas por semana, mais do que as atuais 20 horas autorizadas.