Ainda é cedo para falar de uma crise maior, diz consultor sênior do Banco Mundial sobre SVB
Silicon Valley Bank era, pouco antes de falir, o 16º maior banco comercial dos Estados Unidos
Em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (13), o consultor sênior do Banco Mundial, Marcello Estevão, afirmou que ainda é cedo para falar em uma crise maior sobre a falência do Silicon Valley Bank (SVB).
“Essa crise é importante pois ela está vindo ao mesmo tempo que o Federal Reserve (Fed) tenta conter um processo inflacionário que é muito forte… Então, como essa ligação entre a politica monetária, que tem de ser rígida para afetar o processo inflacionário, pode afetar a estabilidade financeira, é mais uma questão de gerenciamento. É muito cedo para falar de uma crise maior”, disse.
O especialista disse ainda que a crise demonstra que as condições financeiras devem se tornar mais desafiadoras na maioria das economias, uma vez que muitos bancos centrais elevaram as taxa de juros para conter a inflação ao redor do mundo.
“Esse choque pode significar que as condições financeiras se apertarão na maioria das economias e que os aumentos anteriores na taxa de juros se tornarão mais efetivos em atenuar a atividade econômica e as pressões domésticas. O que está mostrado é que o ajuste do Fed está causando aperto mais forte do que se esperava duas semanas atrás, que é o que os BCs tentam fazer”, avaliou Estevão.
Fundado em 1983, o Silicon Valley Bank era, pouco antes de falir, o 16º maior banco comercial dos Estados Unidos. Fornecia serviços bancários para quase metade de todas as empresas americanas de tecnologia e ciências da vida apoiadas por capital de risco.
Também possui operações no Canadá, China, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Israel, Suécia e Reino Unido.
O colapso do SVB veio repentinamente, após 48 horas frenéticas durante as quais os clientes arrancaram depósitos do credor em uma clássica corrida ao banco.
Mas a raiz de seu desaparecimento remonta a vários anos. Como muitos outros bancos, o SVB investiu bilhões em títulos do governo dos Estados Unidos durante a era das taxas de juros próximas de zero.
Veja a entrevista completa no vídeo acima.