Chopard: a grife no centro do escândalo das joias enviadas à família Bolsonaro
Marca de luxo é considerada uma das mais importantes do mundo
As joias apreendidas pela Receita Federal e que seriam um presente do governo da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro levam a assinatura da grife suíça Chopard.
O Place Vendôme, em Paris, é uma das quadras mais luxuosas do mundo. São raríssimas as marcas que podem estar neste endereço. E, de uma dessas grifes, saíram as joias presenteadas à família Bolsonaro.
A marca de luxo é considerada uma das mais importantes do mundo, conhecida pelos relógios com diamantes, joias com pedras preciosas e designs exclusivos.
Foi fundada em 1860, na Suíça, pelo empresário Louis-Ulysse Chopard. Surgiu como uma relojoaria, que fornecia dispositivos para o governo e para a Companhia Ferroviária Suíça.
E, muito antes de virarem presentes para autoridades do mundo moderno, seus relógios eram usados pelo czar russo Nicolau II.
Em 1963, a marca foi comprada pela família Scheufele, que expandiu os negócios para o universo das joias. Os diamantes que “flutuam” no mostrador do relógio, se tornaram um ícone no mercado de luxo.
Hoje, a Chopard é uma das marcas mais famosas do mundo. É a parceira oficial do Festival de Cannes, responsável pela Palma de Ouro.
Seus diamantes fizeram parte do figurino de Ana de Armas, Paloma, no filme “007 Sem Tempo Para Morrer”. A brasileira Bruna Marquezine também está entre as estrelas que usaram a marca.
A joalheria suíça está em mais de 100 países, nas principais capitais do mundo, na Europa, América e ampliando a atuação na Asia e no Oriente Médio.
Em 2020, a Chopard abriu sua quarta boutique na Arabia Saudita. Uma loja conceito, no luxuoso Kingdom Mall, com sala vip para convidados. E foi do governo saudita que a família Bolsonaro recebeu os presentes.
As peças dessa vitrine poderiam ser simplesmente acessórios de luxos, mas como um colar pass de 100 mil euros, um relógio pode chegar a mais de um milhão. Na verdade, são pequenas fortunas. Por isso, estão sempre no alvo das autoridades de qualquer país.
Até por isso, não é a primeira vez que a Chopard sai do noticiário de moda para as páginas de política.
Segundo o jornal francês “Le Parisien”, a Chopard já teria se envolvido em um esquema para driblar alfandegas na França.
A reportagem de 2022 relata que a própria herdeira da marca entrou em Paris usando joias sem declarar para não pagar impostos.
Tentar fugir da tributação de bens de luxo é prática antiga. Os olhos se fascinam diante das marcas centenárias. Mas tem gente atenta nas fronteiras… sabendo o que pode estar por trás de tanto de brilho