Senado amplia de 5 para 8 os membros de comissão para acompanhar situação dos Yanomami
Pedido de ampliação foi apresentado pelos senadores Eliziane Gama (PSD-MA), vice-presidente da comissão, e Humberto Costa (PT-PE), aliados ao presidente Lula
O plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (28), a ampliação de 5 para 8 os membros da comissão temporária da Casa criada para acompanhar a situação dos Yanomami e a saída dos garimpeiros de suas terras.
O pedido de ampliação foi apresentado pelos senadores Eliziane Gama (PSD-MA), vice-presidente da comissão, e Humberto Costa (PT-PE), aliados ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O objetivo é possibilitar maior participação e representatividade parlamentar e, consequentemente, aprimorar o trabalho da comissão em prol da construção de soluções para a atual crise humanitária Yanomami. A ampliação na composição da comissão vai de encontro ao posicionamento do Conselho Indigenista Missionário – CIMI que, em nota datada de 23 de fevereiro de 2023, pede a recomposição da comissão temporária”, escreveram na justificativa do requerimento.
A intenção deles é que a comissão também tenha mais senadores alinhados ao governo Lula, especialmente após ida do presidente da comissão, Chico Rodrigues (PSB-RR), à Terra Yanomami sozinho e de falas em defesa também de garimpeiros. Os nomes dos novos membros ainda serão definidos.
A ampliação no número de membros contou com o apoio de Chico Rodrigues. Este viajou à Surucucu na última segunda-feira (20) supostamente sem comunicar a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, nem a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Em Surucucu, Roraima, esteve em um pelotão do Exército e sobrevoou áreas com presença de garimpos.
O fato de Chico Rodrigues ter ido sozinho à Terra Yanomami foi mal-visto por parte dos parlamentares, ainda mais que falas de Rodrigues e outros senadores que levantaram questões em defesa de garimpeiros na comissão do Senado já haviam sido alvo de críticas.
Eliziane e Costa chegaram a enviar na quinta-feira (23), um ofício a Rodrigues em que cobram explicações pela viagem dele à Terra Yanomami. No documento ao presidente do colegiado, ainda dizem que não estão de acordo com os procedimentos adotados na condução dos trabalhos da comissão.
“Sem a existência de um plano de trabalho aprovado, no dia 16/02/2023, às 16h44, fomos surpreendidos com o ofício 09/2023, noticiando o pedido feito ao Ministério da Defesa de agendamento de visita dos membros da comissão na reserva indígena Yanomami, no período de 17 a 25 de fevereiro”, afirmam.
“No domingo, dia 19/02/2023, às 19h24, por meio de WhatsApp, nossa assessoria foi notificada de que o Exército havia confirmado ida à Surucucu no dia seguinte, às 8h, com saída de Roraima, o que demonstra claro intento de inviabilizar nossa participação, vez que somos do Estado do Maranhão e do Estado de Pernambuco, como é de vosso conhecimento, sendo praticamente inviável nossa participação sem um planejamento adequado”, completam.
A CNN entrou em contato com o gabinete de Chico Rodrigues para um posicionamento na semana passada e aguarda retorno.