Reforma tributária só será aprovada se for no primeiro semestre deste ano, diz relator
No ano que vem, por causa das eleições municipais, muitos deputados e senadores costumam evitar votações impopulares
O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse, nesta terça-feira (28), que, para ser aprovada, a proposta precisa ser avaliada pelos congressistas até a metade deste ano, aproveitando o capital político do governo recém-eleito.
A fala foi feita em exposição a deputados e senadores que fazem parte da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA). Ribeiro participou de um almoço promovido pela bancada ruralista na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador do grupo de trabalho da reforma tributária, também participou do evento.
“Eu acho que a gente tem a oportunidade de fazer a história no nosso país. Se ela for acontecer, só acredito que ela aconteça agora, no primeiro semestre do primeiro ano de um novo governo. Senão, a gente já sabe”, afirmou o deputado, em sua fala antes do almoço.
É comum que governos aproveitem os primeiros meses de gestão para levar adiante temas mais espinhosos e impopulares. É o que se chama, no jargão político, de “lua de mel” dos governantes.
No ano que vem, por causa das eleições municipais, muitos deputados e senadores costumam evitar votações impopulares para garantir suas eleições e de aliados nos seus redutos eleitorais.
Ribeiro afirmou, ainda, que pretende construir uma maioria em torno de seu texto, mas que sabe que não haverá apoio uníssono de todas as bancadas e setores da economia.
“Não vamos ter unidade no campo federativo nem setorial. O texto [a ser apresentado] vai refletir a opinião da maioria”, defendeu o deputado.
O relator da reforma tributária tem evitado se comprometer com trechos específicos do texto da proposta. Junto do coordenador do grupo de trabalho, tem ouvido algumas demandas de diversos setores, como ocorreu nesta terça (28) com a bancada da agropecuária.
O grupo de trabalho vai definir nesta quarta-feira (1º) o cronograma de atividades para as próximas semanas. O colegiado terá até meados de maio para ouvir as demandas dos diferentes setores e chegar a um texto suficientemente consensual para garantir a aprovação no plenário da Câmara dos Deputados.