PF desloca policiais para base em Roraima atacada a tiros para evitar represálias
Garimpeiro atirou contra agentes e foi detido em flagrante; outros fugiram
Parte do efetivo da Polícia Federal (PF) envolvido na Operação Libertação foi deslocada na manhã desta sexta-feira (24) até a base federal instalada na região do Palimiu, no Território Yanomami, após informações de inteligência apontarem para uma possível movimentação de garimpeiros em busca de retaliação na região.
A represália se daria após a ação ocorrida na região na madrugada da quinta-feira (23), quando barcos com cassiterita (principal minério de estanho, que é um metal) tentaram furar a barreira de fiscalização instalada no rio Urariocoera e atiraram contra agentes federais, segundo a PF.
Os fiscais revidaram e, no tiroteio, um dos garimpeiros ficou ferido. Ele foi detido pela PF por atacar servidores públicos e foi levado ao hospital.
Após o ocorrido, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pediu reforço na segurança da base à PF. O reforço tem apoio de helicópteros das Forças Armadas.
O caso é um dos assuntos que será tratado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (24) pela manhã no Palácio do Planalto.
Tiroteio
Segundo o Ibama, os criminosos desciam o rio em sete “voadeiras” de 12 metros carregadas de cassiterita. O carregamento de minério roubado da terra indígena foi identificado por drones operados pelo Ibama. Após o ataque, os criminosos fugiram.
“Foi um ataque criminoso programado. Todos aqueles que tentarem furar o bloqueio serão presos. Acabar com o garimpo ilegal é uma determinação do presidente Lula”, disse o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
A segurança da base de controle, instalada no último dia 7, é realizada por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama.
O objetivo principal da base é impedir a entrada de barcos com suprimentos e equipamentos para garimpos no Território Yanomami. Desde a instalação de uma barreira física com cabos de aço, no último dia 20, nenhum barco carregado seguiu em direção aos garimpos, segundo o Ibama.
