Basf faz alerta sobre resultados e anuncia demissão de 2.600 funcionários
Há pressão de custos na Europa, incerteza gerada pela guerra na Ucrânia e aumento de juros
A companhia química Basf anunciou nesta sexta-feira (24) que vai demitir 2.600 funcionários e interromper recompras de ações, em meio a uma expectativa de nova queda nos resultados por conta de pressão de custos na Europa, incerteza gerada pela guerra na Ucrânia e aumento de juros.
A gigante química alemã disse em comunicado nesta sexta-feira que o lucro antes de juros e impostos (Ebit) ajustado de 2023 cairá para entre 4,8 bilhões e 5,4 bilhões de euros ante 6,9 bilhões em 2022, que por sua vez já representou uma queda de 11,5% ante o resultado de 2021.
A Basf, que em outubro traçou planos para reduzir custos anuais na Europa em 500 milhões de euros, disse nesta sexta-feira que isso se traduzirá em cerca de 2.600 cortes de empregos, ou cerca de 2,3% de sua força de trabalho global. Cerca de 1.800 funcionários serão demitidos na sede da empresa em Ludwigshafen.
Várias linhas de produção serão fechadas em Ludwigshafen, que abriga o maior complexo químico da Basf, com cerca de 39 mil funcionários.
A empresa também anunciou planos para cortar outros 200 milhões de euros em custos fixos anuais de produção.
A companhia citou “mudanças profundas na economia global” ao interromper em 1,4 bilhão de euros um programa de recompra de ações de 3 bilhões anunciado no início do ano passado.
As ações da Basf caíam 6% às 8h16 (horário de Brasília) depois de recuarem ao nível mais baixo em quase dois meses mais cedo, o pior desempenho no índice de blue chips DAX 30.
As demissões na Basf, que representam cerca de 3,9% de sua força de trabalho na Europa, ocorrem depois que a Ford anunciou na semana passada eliminação de 3.800 postos de trabalho no continente.
Em janeiro, a empresa holandesa de dispositivos médicos Philips anunciou 6 mil demissões.