Deputados debatem endurecimento de regras para redes sociais
Kim Kataguiri e Rogério Correia avaliaram se os conteúdos publicados nas redes devem ter limitações mais duras
Em carta enviada ao Fórum da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o discurso de ódio “faz vítimas todos os dias” e atribuiu a “campanhas de desinformação nas plataformas digitais” a responsabilidade pelos atos criminosos de 8 de janeiro.
Em painel promovido pela CNN, os deputados federais Kim Kataguiri (União-SP) e Rogério Correia (PT-MG) debateram se os conteúdos publicados em redes sociais devem ter limitações mais duras.
Os parlamentares divergiram sobre a importância e a necessidade de regular as redes sociais.
Kim Kataguiri avaliou que as redes sociais são “o menor dos problemas” quando se trata de notícias falsas, e reforçou que as redes foram “muito mais eficientes em combater notícias falsas” do que o poder público.
“Notícia falsa sempre existiu, isso sempre foi difundido. Agora, o Lula falar em mentira é uma hipocrisia gigantesca. Ele mesmo já admitiu que mentia ao redor do mundo. Já falou em Paris que 25 milhões de crianças estavam na rua no Brasil, que na Venezuela tem excesso de democracia. Então as redes sociais são o menor dos problemas, pelo contrário, as redes sociais tiraram milhões de publicações que disseminaram notícias falsas, tanto sobre o processo eleitoral, tanto sobre a pandemia”, disse.
“[Redes sociais] foram muito mais ágeis que o poder público, que tem que passar por um processo super burocrático. As redes foram muito mais eficientes em combater notícias falsas. Para mim, parece muito mais censura”, completou.
Rogério Correia avaliou ser necessário a regulação das redes, e que deve ser feito “respeitando os direitos humanos e as liberdades individuais, democráticas e de expressão”.
“É necessário regular [as redes sociais]. Tudo precisa ser regulado, quanto mais uma mídia tão importante como as mídias sociais. A gente vê um consenso mundial. É um problema nacional e internacional. A regulação já foi feita pela União Europeia. O que eles colocam são novas regras para regular conteúdos publicitários dirigidos a crianças, assuntos sensíveis como religião, sexo, raça, opiniões políticas”, afirmou Rogério.
“Já um consenso mundial de que é necessário que essa regulação seja feita respeitando os direitos humanos e as liberdades individuais, democráticas e de expressão. Uma coisa não impede a outra”