Temporais atingem litoral de SP; veja os maiores volumes de chuva por cidade
Maiores volumes de chuva nas últimas 24 horas foram registrados em Bertioga, São Sebastião e Guarujá
A passagem de uma frente fria, que gerou um sistema de baixa pressão, provocou fortes chuvas no litoral de São Paulo entre sábado (18) e domingo (19).
A massa de ar se concentrou na região do Litoral Norte e Baixada Santista gerando acumulados elevados de chuvas. A tendência é que essa massa de ar se desloque para o litoral sul sentido Paraná, com acumulados podendo chegar a mais de 100 mm em Itanhaém e Peruíbe.
Veja, os maiores volumes de chuva nas últimas 24 horas, de acordo com o boletim mais recente do governo do estado de São Paulo:
- Bertioga: 683 mm
- São Sebastião: 627 mm
- Guarujá: 395 mm
- Ilhabela: 337 mm
- Ubatuba: 335 mm
- Caraguatatuba: 234 mm
- Santos: 232 mm
- Praia Grande: 209 mm
- São Vicente: 194 mm
- Cubatão: 117 mm
- Mongaguá: 112 mm
- Peruíbe: 98 mm
- Itanhaém: 94 mm
Entenda o volume das chuvas
Em entrevista à CNN, o pesquisador Pedro Camarinha, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), disse que o volume e a abrangência dos temporais impressionaram.
“Não somente esse volume grandioso, mas a abrangência, que foi forte desde a Baixada Santista até mais ou menos o limite com o Rio de Janeiro”, disse.
Como comparativo, ele citou a chuva em Petrópolis (RJ) em fevereiro de 2022, que deixou mais de 240 mortos. “As pessoas vão lembrar de Petrópolis. Naquele desastre, choveu cerca de 250 mm em duas horas. Claro que a intensidade conta também.
Ontem, choveu mais ou menos esses 250 mm em duas horas e depois continuou chovendo ininterruptamente. Só para ter noção da magnitude desse evento”, disse.
Segundo definição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o índice pluviométrico, calculado em milímetros, refere-se à quantidade de chuva por metro quadrado em determinado local e em determinado período.
“Se dissermos que o índice pluviométrico de um dia, em um certo local, foi de 2mm, significa que, se tivéssemos nesse local uma caixa aberta, com 1 metro quadrado de base, o nível da água dentro dela teria atingido 2 mm de altura naquele dia”, diz a explicação no site do instituto.
Chuvas próximas de 100 mm em 24 horas, segundo Pedro Camarinha, já têm potencial de provocar estragos.
“O volume de 100 mm já causa atenção, 200 mm já é uma situação preocupante. Só para ter uma ideia de como 680 e 650 mm é muito acima do que temos historicamente”, disse.
Alerta
Na quinta-feira (16), a Defesa Civil de São Paulo divulgou um novo alerta, com vigência até este domingo (19), com previsão de chuvas intensas para regiões do estado. O informe destacou atenção para o Litoral Norte.
As fortes chuvas deslocaram grande quantidade de lama, pedras, troncos, galhos, entre outros materiais que reduzem a vazão da água tratada nas estações. As equipes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) atuam no restabelecimento dos sistemas desde a madrugada.
A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil montou um comitê de gerenciamento das ações de atendimento aos desabrigados e desalojados pelas chuvas.
Equipes da Defesa Civil Estadual já estão no local e em deslocamento para o município de São Sebastião, que declarou calamidade pública. Caminhões da Defesa Civil com colchões, cobertores, kits de limpeza e cestas básicas estão sendo abastecidos para o atendimento aos municípios.