Galo da Madrugada retorna ao carnaval do Recife e arrasta multidão
Segundo organizadores, mais de dois milhões de pessoas saíram no bloco
“Quando é dia do Galo, a gente não pode dormir não. Ontem, a gente foi para o Recife Antigo [show do Marco Zero], chegou em casa agora de manhã, só tomou banho e trocou a roupa”.
Foi com essa animação que Vanda de Araújo curtiu o Galo da Madrugada. Com frevo no pé, a técnica em enfermagem caiu na folia.
E foi assim durante todo este sábado de festa: milhares, aliás, milhões de foliões nas ruas do centro da capital pernambucana. Mais de dois milhões de pessoas, segundo organizadores da agremiação. Muita gente queria matar a saudade do Galo da Madrugada, ou simplesmente, do Galo, para os moradores da cidade.
As fantasias eram as mais diversas. Diversidade também de público. Adultos, crianças, todos numa energia só: cair no frevo.
E haja disposição para encarar os 6,5 quilômetros do percurso, debaixo de sol forte e durante mais de nove horas de shows.
Trinta trios elétricos e seis carros alegóricos levaram felicidade, frevo e muita animação durante a volta do Galo da Madrugada, que desfilou pela última vez em 2020. A pausa nos desfiles foi por causa da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus.
E para superar essa etapa, a agremiação levou para as ruas do Recife o tema: “Viva a vida, viva o frevo, viva Eneas” – idealizador e um dos fundadores do Galo, no fim da década de 1970.
“É um renascimento! Depois de hibernar dois anos, dois carnavais, o Galo renasce com muita força, com muita energia, e muita responsabilidade porque o folião também está esperando uma festa grande, aí aumenta a responsabilidade”, disse o presidente do Galo da Madrugada, Romulo Meneses, à CNN.
Como de costume, o Galo, que desfila apenas no sábado de carnaval, traz artistas locais para comandar os trios elétricos. E eles trazem convidados. No percurso, estão nomes como Pablo Vittar, Fafá de Belém, Juliette, Maria Gadú, Gaby Amarantos e outros artistas nacionais.
Os trios encerraram seus shows na ponte Duarte Coelho, centro do Recife, onde a alegoria do “Galo Ancestral”, de 27 metros e sete toneladas, segue erguida até o final da folia.