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    Quem são os chineses que se reúnem em bairros nobres para fazer lives

    YouTuber chinesa explica porque há tantos jovens com equipamentos fazendo conteúdo nas ruas do país

    Isabela Gadelhada CNN

    É comum estar conectado nas redes sociais e encontrar alguém fazendo uma transmissão ao vivo. Os conteúdos são variados: podem estar dando dicas de filmes, mostrando um truque de maquiagem, reagindo a conteúdos da internet, jogando videogames ou cantando.

    Um recurso que a maioria das plataformas tem é de poder doar uma quantia ao usuário que está fazendo a live. Pensando nisso, há internautas chineses que fazem esses vídeos em bairros ricos do país.

    Como há a opção de buscar por conteúdos próximos da própria localização, a ideia é ficar ao vivo onde há pessoas com mais recursos financeiros que podem abrir a carteira com mais facilidade.

    Os internautas acabam trabalhando individualmente, mas todos no mesmo local, como se fosse um co-working. Há vários ringlights, câmeras e microfones para otimizar ao máximo a qualidade da transmissão.

    Quem mostrou fotos e vídeos e explicou o fenômeno foi a YouTuber de tecnologia e DIY Naomi Wu em seu Twitter. “A renda pode ser muito boa, embora a maioria também tenha empregos formais”, contou.

    https://twitter.com/RealSexyCyborg/status/1624417606416596993?s=20

    Segundo Wu, não é perigoso. Afinal, há tantas câmeras ligadas que se algum “pervertido” agisse, seria pego instantaneamente. Quanto à polícia, no máximo pode pedir que saiam, mas não há risco de prisão.

    Muitos comentários da thread no Twitter criticam tantas pessoas com equipamentos sofisticados produzindo conteúdo ao mesmo tempo e falam que a cena é uma “distopia” ou um episódio da série da Netflix “Black Mirror”, que traz reflexões sobre a sociedade e tecnologia.

    Mas, para a YouTuber, nada mais é que “20 amigas que se vestem bem, sentam na rua, cantam músicas e fazem companhia uma as outras com ninguém as importunando, e ainda ganham dinheiro com isso”.

    “Antes que alguém comece a dizer que elas são forçadas a fazer isso, saiba que também é entretenimento para os artistas. As pessoas se reúnem à noite e no fim de semana, é uma atividade em grupo divertida. Talvez você seja um operário de fábrica ou recepcionista, mas à noite você é uma microcelebridade”, tuitou Naomi Wu.

    Para ela, o motivo de muitas críticas é o fato de ser na China:

    “As pessoas querem enquadrar isso da maneira mais negativa possível – mas, como uma artista chinesa, que vê como meu país se sai mal em promover a criatividade dentro de uma faixa muito limitada de liberdade de expressão, gente na rua, com estranheza e arte, é bom”.

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