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    Especialista alerta sobre “golpe do presente”; veja cuidados

    Golpistas cobram taxa por presente não entregue e roubam dados bancários das vítimas

    Jairo Nascimentoda CNN , Em São Paulo

    O chamado “Golpe do Presente” pode acontecer em um dia especial: o aniversário. Golpistas oferecem a aniversariantes o resgate de presentes mediante uma taxa. Ao fazer o pagamento, há possibilidade de roubo de dados bancários e prejuízo financeiro.

    Especialista alerta para evitar transações suspeitas e procurar informações sobre as empresa em canais oficiais. Uma aniversariante, que não será identificado pela reportagem, recebeu mensagens, via WhatsApp, de dois números de telefones diferentes no dia do aniversário.

    Os golpistas possuíam dados pessoais, como nome completo, data do aniversário e endereço e diziam representar a floricultura Giuliana Flores.

    O perfil explica que, para a entrega do presente, é necessário o pagamento de uma taxa de R$5,99 ou R$12,99. A compra não foi solicitada pela vítima, por isso é chamada de “pedido surpresa” com um suposto presente pago por uma terceira pessoa.

    Em outra mensagem, há alegação que a entrega foi devolvida por não encontrar o remetente que, para nova tentativa, seria necessário pagar uma taxa de reenvio para a empresa Lalamove. O golpista manda o texto no dia do aniversário da vítima para aumentar a chance do pagamento no golpe.

    / Reprodução

    A vítima negou o pagamento, mas o golpista insistiu na entrega do presente. Em outras mensagens, há diversos erros de língua portuguesa.

    / Reprodução

    O perfil tem descrição da loja, foto de perfil de uma empresa verdadeira, texto descritivo de serviços, empresa para entrega, opções de produtos a venda, um e-mail falso para Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), e demais explicações sobre horário de funcionamento e endereços. Todos foram checados pela reportagem e são falsos.

    / Reprodução

    A reportagem entrou em contato com o perfil dos golpistas. Ao solicitar dados para uma compra, o atendente desconfia, disse que não fazem vendas por aquele número de telefone, apesar desta opção constar na descrição da conta comercial.

    “Para nossas atendentes elas vão ligar para o senhor”. Por fim, o golpista desdenha da tentativa de compra. “Quer fazer pegadinha”, afirma.

    Após o contato, o perfil golpista bloqueou o contato. A vítima lamenta a tentativa “em um dia que a gente está naturalmente mais emotivo e vulnerável, ter que lidar com pessoas que tentam se aproveitar disso é frustrante”.

    O advogado Arthur Rollo, especialista em Defesa do Consumidor, explica que este golpe pode levar a outros. Várias mensagens são enviadas ao dia pelos golpistas que conseguem os dados em redes sociais ou compram informações ilegalmente na internet.

    A cobrança é feita por PIX ou cartão de crédito e o produto nunca é entregue. “Chama atenção que há muitos erros de português, as empresas idôneas se preocupam com isso. Vários golpistas utilizam nomes de empresas e ganham 12 reais de mil pessoas, deve ter um índice grande de pessoas que acabam pagando”.

    Além do ganho com o volume, o golpe pode levar a mais prejuízos como exposição de dados bancários e crimes que vão do estelionato à falsidade ideológica, segundo o especialista.

    Ele orienta que dados não sejam compartilhados e que, na dúvida, a empresa seja procurada nos canais oficiais. Os dados da conta comercial do Whatsapp divergem com os divulgados pela empresa Giuliana Flores.

    Por nota, eles explicam que possuem protocolos para oferecer segurança aos clientes, mas reclamam que, na internet, existam pessoas “mal-intencionadas que podem fazer uso de dados vazados, sem possibilidade de controle, usando o nome da empresa de forma antiética” e que também disponibiliza orientações aos clientes nos canais oficiais da floricultura para evitar golpes.

    A reportagem entrou em contato com a Lalamove, mas não obteve resposta. A Polícia Civil de São Paulo permite o registro de Boletim de Ocorrência digital ou em delegacias e o orienta o registro para investigações.

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