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    Caso Ian: polícia de MG faz reconstituição do crime onde agressões teriam ocorrido

    Menino de 2 anos morreu por traumatismo craniano no início deste ano

    Daniela MallmannLuiz Cisida CNN , em Belo Horizonte

    A Polícia Civil de Minas Gerais realizou, na segunda-feira (13), a reconstituição simulada dos fatos para apurar as circunstâncias da morte de Ian, de apenas 2 anos, em janeiro deste ano, na região Norte de Belo Horizonte.

    O trabalho contou com equipes de 24 policiais civis, além de sete viaturas e um drone. Os investigados, pai e madrasta do menino, participaram da reconstituição, seguindo os trâmites legais.

    Segundo o delegado de polícia Diego Lopes, a reconstituição do fato teve por finalidade avançar nas linhas de investigação.

    “Por meio da diligência, foi possível visualizar e identificar pontos que podem ser confrontados com outras provas que constam no inquérito. A ação foi exitosa e avaliamos que foi possível esclarecer detalhes do fato”, destaca. As investigações prosseguem sob sigilo.

    Entenda o caso

    De acordo com a Polícia Civil, Ian Almeida Rocha, de apenas 2 anos, morreu por conta de um traumatismo craniano. Os suspeitos pelo crime são o pai e a madrasta da criança. Ainda segundo a polícia, a madrasta teria iniciado com as agressões contra o garoto.

    Os agentes ainda apontam que o trauma que causou a morte de Ian teve grande extensão e foi provocado por um “instrumento contundente”. Até o momento, o objeto não foi identificado e nem divulgado para a imprensa. Mas a hipótese é de que se trate de um pedaço de madeira ou uma barra de ferro.

    A versão inicial da suspeita é de que uma panela de pressão teria caído no chão e garoto teria escorregado.

    No dia 8 de janeiro, o garoto foi internado no Hospital João XXIII, na capital mineira, com lesão na cabeça, escoriação no queixo e inchaço na testa. A denúncia foi feita à Polícia Militar pelos médicos que atenderam a criança e teriam desconfiado dos argumentos dos responsáveis. O garoto morreu dois dias depois. Os pais foram presos em flagrante. Na sequência, a justiça converteu as prisões em temporárias.

    A CNN entrou em contato com a defesa de Márcio da Rocha Souza, pai de Ian, e Bruna Cristine dos Santos, madrasta do menino. A advogada de Márcio afirmou que não houve omissão de socorro por parte do pai ou participação em qualquer agressão e que estão confiantes no Poder Judiciário e na Polícia Civil e seus peritos.

    Já o advogado de defesa de Bruna informou que terá um novo depoimento tanto de Bruna como de Márcio e que devem se pronunciar após o depoimento. A defesa reiterou que Bruna não compactua com atos de violência e se diz inocente (veja a íntegra das notas abaixo).

    Nota da defesa da madrasta de Ian, Bruna Cristine dos Santos

    “Vai ter um novo depoimento dela e também do pai. Após esse depoimento a gente vai se manifestar novamente, mas no momento a gente vai preservar o que vai ser dito no depoimento até mesmo pra não atrapalhar as investigações. No mais, a Bruna não compactuou com nenhum tipo de agressão, sempre tratou o Ian como se fosse seu filho, tanto ele quanto a outra filha que ela tem especial. Sempre foram e são muito bem cuidados por ela. A Bruna está muito chateada com toda essa situação, com toda essa injustiça que está sendo feita contra ela, e toda a inocência dela será provada no decorrer desse inquérito”, Wellington Carlos Fernandes Silva.

    Nota da defesa do pai de Ian, Márcio da Rocha Souza

    “Em atenção à imprensa e à sociedade, em virtude de notícias imprecisas e incompletas veiculadas pelos meios de comunicação em razão da morte do único filho de Márcio o YAN, Filho este amado, querido e paparicado pelo pai.

    Inicialmente é importante frisar que a defesa de Márcio, represada por esta advogada , desde o início acredita em sua inocência. Reiteradamente, requeremos junto à autoridade competente, por duas vezes a reprodução simulada dos fatos junto ao Delegado que conduz o inquérito, para que nesta oportunidade fosse mais cristalino para as autoridades como Márcio socorreu seu filho, de que forma foi e que não demorou muito, tendo chegado em casa do trabalho, se deparando com as situações e em seguida levando Yan para o hospital.

    Márcio tinha uma boa relação com a mãe do menino Yan, ambos se falavam ao telefone com frequência, e Yan ficava na casa do pai mais do que deveria, ou seja, mais do que dos duas que eram de sua responsabilidade.

    Oferecemos na oportunidade testemunhas que poderiam elucidar os fatos, e estamos ademais colaborando com as investigações.
    Por fim, os fatos que circunstanciam a morte do menino Yan ainda não foram esclarecidos por completo, os depoimentos prestados até o momento não são conclusivos e não apontam uma possível autoria por parte de Márcio, não existem imagens que mostrem o momento da morte, e qualquer especulação que transformem um simples investigado em condenado são levianas e passiveis de reponsabilidade cível e criminal.

    Não houve omissão de socorro por parte do pai ou participação em qualquer agressão. O processo corre em segredo de justiça.

    Confiantes no Poder Judiciário, no bom trabalho desenvolvido pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais e em seus peritos, na imprensa que deve ser séria, estes são os esclarecimentos que entendemos suficientes para o momento”, Sarah Quinetti Pironi.

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