Crianças são resgatadas de ruínas dias após terremoto na Turquia; total de mortos passa de 22 mil
Recém-nascido de 10 dias foi retirado cuidadosamente dos escombros nesta sexta-feira (10), no distrito de Samandag, na província turca de Hatay
Equipes de resgate retiraram um menino de 10 dias e sua mãe dos escombros de um prédio que desabou na Turquia nesta sexta-feira (10). Várias pessoas foram encontradas com vida em outros locais quatro dias depois que um grande terremoto causou morte e destruição no Sul da Turquia e no Noroeste da Síria.
O número de mortos confirmados no terremoto mais letal na região em décadas passa de 22 mil em ambos os países na manhã desta sexta-feira.
Centenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas e sem comida em condições de inverno rigoroso, ávidas por um esforço multinacional de socorro para aliviar seu sofrimento.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, fez sua primeira viagem às áreas afetadas desde o terremoto, visitando um hospital em Aleppo, informou a mídia estatal síria.
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, também deve visitar a zona de desastre em seu país novamente na sexta-feira em meio a críticas de sobreviventes e da oposição política de que a resposta de seu governo à catástrofe foi lenta e mal organizada – acusações que ele rejeita a meses de uma eleição, em maio, na qual é candidato à reeleição. Essa eleição pode agora ser adiada devido ao desastre.
Equipes de resgate, com profissionais especializados de dezenas de países, incluindo o Brasil, trabalharam durante a noite nos escombros de milhares de edifícios destruídos na Turquia. Em temperaturas congelantes, eles regularmente pediam silêncio enquanto ouviam qualquer som de vida em montes de concreto.
No distrito de Samandag, na província turca de Hatay, equipes de resgate retiraram cuidadosamente dos escombros nesta sexta-feira um recém-nascido de 10 dias.
Com os olhos bem abertos, o bebê Yagiz Ulas foi envolto em um cobertor térmico e levado para um hospital de campanha. Equipes de emergência também levaram sua mãe, atordoada e pálida, mas consciente em uma maca, mostraram imagens de vídeo.
Em Diyarbakir, a Leste, Sebahat Varli, de 32 anos, e seu filho Serhat foram resgatados e levados ao hospital na manhã desta sexta-feira, 100 horas após o terremoto.
Do outro lado da fronteira, na Síria, equipes de resgate do grupo Capacetes Brancos usavam as mãos para cavar através do gesso e cimento até chegar ao pé descalço de uma jovem, vestindo pijama rosa, que foi retirada viva.
Mas as esperanças de que muitos mais seriam encontrados com vida estavam diminuindo.
O número de mortos do terremoto de magnitude 7,8 e vários tremores secundários poderosos em ambos os países ultrapassou os mais de 17 mil mortos em 1999, quando um tremor de terra igualmente poderoso atingiu o Noroeste da Turquia.
Este é agora o sétimo desastre natural mais mortal neste século, à frente do terremoto e tsunami no Japão em 2011 e se aproximando dos 31 mil mortos por um terremoto no vizinho Irã em 2003.
O número de mortos na Turquia subiu para 19.338 na manhã de sexta-feira e o número de feridos estava em 77.711, disse a autoridade de gerenciamento de desastres Afad.
Na Síria, mais de 3.300 foram mortos, embora as equipes de resgate tenham dito que muito mais pessoas permanecem sob os escombros.