Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Haddad ameniza críticas do governo ao BC e vê ata do Copom “mais amigável”

    Ministro ainda reiterou que a proposta de um novo arcabouço fiscal, em substituição à atual regra do teto de gastos, será apresentada pelo governo em abril

    Daniel RittnerElis Barretoda CNN

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, amenizou a escalada de críticas do governo ao Banco Central e considerou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) “mais amigável” do que pronunciamentos anteriores feitos pelo BC.

    A ata da última reunião do Copom, que ocorreu nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, foi divulgada nesta terça-feira (7). Na reunião, o colegiado manteve a taxa Selic em 13,75%. A decisão foi duramente criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que admitiu até rever a autonomia do BC.

    Na chegada à sede do ministério, Haddad contemporizou e disse ter observado uma ata “melhor do que o comunicado” divulgado imediatamente após a reunião do Copom. “[Está] mais extensa, mais analítica, mais amigável em relação aos próximos passos. Considero que a ata deu um passo melhor do que o comunicado. Vamos passo a passo”, afirmou a jornalistas.

    O ministro reiterou que a proposta de um novo arcabouço fiscal, em substituição à atual regra do teto de gastos, será apresentada pelo governo em abril. E despistou sobre uma eventual revisão das metas de inflação, que balizam o trabalho do BC, no próximo encontro do Conselho Monetário Nacional (CMN).

    A meta deste ano está fixada em 3,25% e é alvo de reclamações de Lula. O CMN tem reuniões previstas para a próxima semana, mas Haddad disse que a pauta ainda não foi definida. Tradicionalmente, as metas são anunciadas e revistas na reunião de junho. O mercado especula se, diante da enxurrada de críticas de Lula e seus auxiliares, uma revisão poderia ser anunciada já na semana que vem.

    Na ata do Copom, o BC faz referência às medidas recém-anunciadas pela Fazenda para reduzir o déficit primário previsto para 2023. A autoridade monetária vinha colocando as “incertezas” sobre os rumos da política fiscal como um fator que pesa na decisão de manter os juros.

    Para o ministro, a coordenação entre governo e BC é uma via de mão dupla. “Tem duas mãos: é daqui para lá e de lá para cá. Desde a minha primeira entrevista, o que eu sempre defendo é a harmonização da política monetária e da política fiscal. São braços do mesmo organismo e têm que trabalhar juntos”, disse Haddad.

    De acordo com ele, em fevereiro, a Fazenda apresentará ao presidente uma proposta de “ampla reforma” para melhorar o ambiente de crédito no país. Ele não quis dar detalhes.

    Tópicos