Yanomamis são um povo diverso e generoso, diz antropólogo que estuda a etnia
À CNN Rádio, Marcelo Moura afirmou que crise humanitária poderia ter sido evitada
O antropólogo Marcelo Moura estuda in loco a etnia yanomami desde 2018 e classifica o povo como sendo “diverso e generoso.”
Em entrevista à CNN Rádio, no CNN No Plural, ele afirmou que fez várias viagens e pôde conviver com os yanomami.
“Sempre me receberam com amizade, cuidado e generosidade sem comparação, durante todo o processo de convívio”, contou.
Segundo o especialista, eles puderam se manter protegidos por um longo período graças à demarcação de terras.
“Eles dependem da floresta, da integridade do ambiente para continuarem vivendo.”
Os yanomami, ele explica, estão no maior território indígena do país, com 9 milhões de hectares, “desde Roraima até o Amazonas”, na fronteira entre Brasil e Venezuela.
“Há diferentes realidades dentro desse território, eles permaneceram isolados por muitos séculos, com pouco contato com outras etnias.”
Para o antropólogo, a crise humanitária de agora passa por problemas além do garimpo ilegal, como a denúncia da piora das condições e oferta de serviços de saúde.
“Isso traz reflexos drásticos, aliados à concentração de casos de malária, que a gente vem acompanhando há anos e tentando denunciar.”
Marcelo Moura vê a situação como “desesperadora”: “A gente sabe que ela poderia ter sido evitada com série de ações ignoradas pela omissão do Governo Federal, e do governo estadual também”.
*Com produção de Isabel Campos