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    Defensoria Pública da União pede mais aeronaves da FAB para ajuda aos Yanomami

    Documento relata visitas feitas ao território Yanomami, a identificação de um "cenário de guerra" e fala em risco de "tragédia sem proporções" caso apoio não seja reforçado

    Julliana Lopesda CNN , em Brasília

    A Defensoria Pública da União (DPU) enviou, nesta segunda-feira (30), um ofício ao governo federal com um pedido de reforço na quantidade de aeronaves para assistência ao povo Yanomami. O documento, ao qual a CNN teve acesso, também solicita segurança reforçada para as equipes que trabalham na região.

    O pedido foi encaminhado aos ministros da Defesa, José Múcio, e da Justiça, Flávio Dino.

    No documento, a DPU relata visitas feitas ao território indígena Yanomami entre os dias 24 e 27 de janeiro e a identificação de um “cenário de guerra”, com necessidade emergencial de atuação do governo federal com “toda a estrutura logística possível”. Segundo o órgão, apenas duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) estão sendo utilizadas no local.

    “Percebeu-se a absoluta insuficiência do número de aeronaves disponíveis para a distribuição de alimentos e medicamentos. Enquanto se atendia apenas a região do Surucucu (umas das mais impactadas pela crise sanitária), por exemplo, lideranças das aldeias do Auaris (quase na fronteira com a Venezuela) clamavam por socorro imediato sem perspectiva de atendimento por falta de aeronaves”, diz o documento.

    O pedido inclui ainda a necessidade de reforço da segurança de profissionais do Ministério da Saúde e da Funai que, segundo a DPU, precisam enfrentar resistência de “garimpeiros e organizações criminosas” que atuam na região.

    A Defensoria destaca ainda o papel das Forças Armadas no auxílio ao atendimento emergencial.

    “A Defensoria Pública da União tem verificado a necessidade de uma resposta ainda mais efetiva e estruturada, com uma maior mobilização das Forças Armadas para o auxílio logístico a profissionais da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). Caso isso não ocorra, estaremos diante de uma tragédia sem proporções”.

    Pedido a Lula

    Nesta segunda-feira (30), a solicitação de mais aeronaves foi reforçada em encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros que monitoram o atendimento aos indígenas.

    Além de Múcio, participaram da agenda no Palácio do Planalto os ministros Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas e o comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

    A CNN apurou que integrantes das pastas fizeram um apelo para que a Força Aérea Brasileira possa contornar entraves burocráticos para a liberação de helicópteros o mais rápido possível.

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