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    Entregar o celular é tentativa de “demonstrar a boa-fé” de Ibaneis, diz especialista

    Segundo a professora de direito e processo penal da FGV Raquel Scalcon, a defesa de Ibaneis Rocha segue tenta mostrar que ele é inocente e quer colaborar o máximo possível com a investigação

    Fernanda PinottiCarolina Ferrazda CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN, a professora de direito e processo penal da FGV Raquel Scalcon falou sobre a decisão do governador afastado do DF Ibaneis Rocha (MDB) de entregar o próprio celular à Polícia Federal (PF). De acordo com ela, a atitude é coerente com a linha adotada desde o início pela defesa do governador.

    “A defesa de Ibaneis tem uma linha clara de tentar demonstrar que ele é inocente e quer colaborar o máximo possível com a investigação”, explicou a especialista.

    Ela disse que entregar o celular não é uma obrigação, nem uma atitude comum e que, em certo ponto, pode beneficiar a imagem de Ibaneis Rocha. “É um comportamento que tenta demonstrar a boa-fé do governador afastado.”

    Ela também explicou que, como o aparelho será entregue de forma espontânea, pode ser que o seu conteúdo tenha sofrido algum tipo de modificação, mas que cabe a perícia indicar se isso ocorreu ou não. Apenas as investigações vão demonstrar qual o conteúdo do celular e se algo foi apagado.

    Em relação ao depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, que foi remarcado para o início de fevereiro, ela disse que todo investigado tem o direito ao silêncio e que esse silêncio não pode ser usado contra a pessoa. No caso de Torres, ela credita que a defesa esteja esperando um tipo de “troca”.

    “A defesa já insistia no acesso à investigação em sua íntegra, e há o direito da defesa ter esse acesso.” Ela acredita que Torres só deve falar em depoimento após essa medida.

    Scalcon também falou que vê com cautela medidas excepcionais como o afastamento de Ibaneis Rocha e a prisão de Anderson Torres. “Existem várias disputas técnicas que colocam em questão essas decisões tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Medidas como essa precisam ser o último recurso.”

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