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    Ex-ministro da Defesa diz que “não é normal” trocas no comando do exército

    Para Fernando de Azevedo e Silva, um eventual afastamento de Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, não deveria ocorrer sem julgamento

    Jorge Fernando Rodrigues

    Em entrevista à CNN neste domingo (22), o ex-ministro da Defesa Fernando de Azevedo e Silva afirmou que não considera a nova troca no comando do exército um evento natural, em razão dos acontecimentos recentes e das sucessivas mudanças no posto ao longo dos últimos anos.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu neste sábado (21) o general Júlio César de Arruda como comandante do exército, cargo que passará a ser ocupado pelo general Tomas Miguel Ribeiro Paiva, conforme anunciado pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

    “Realmente, normal não é. Este é o quinto comandante do exército que assume a função em menos de três, então não é normal. Mas é uma prerrogativa do presidente da República e do ministro da Defesa escolherem os comandantes das forças armadas”, afirmou.

    Azevedo e Silva destacou que “todos os integrantes do Alto Comando do Exército são bem selecionados e escolhidos, como foi o general Arruda e como é o general Tomás”.

    No entanto, o ex-ministro da Defesa criticou um eventual afastamento do tenente-coronel Mauro Cid de um posto militar por ter sido assessor do ex-presidente Bolsonaro.

    “O coronel Cid recebia ordens, diretrizes do presidente. Eu o conheço, é um coronel que seguiu todos os cursos da carreira. A gente não pode execrar um coronel da ativa sem ter uma investigação iniciada, apurada e conclusiva”, declarou.

    “Não pode jogar ele na fogueira porque simplesmente foi assessor do presidente. O Poder Judiciário tem que julgar. É um oficial brilhante, cumpria ordens, exerce um cargo muito delicado que eu já exerci. Então, temos que ir com muita calma nessa hora”, concluiu.

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