Opas alerta sobre surtos de gripe aviária em dez países das Américas
Duas infecções humanas foram confirmadas na região: a primeira em abril de 2022, nos Estados Unidos, e a segunda em 9 de janeiro de 2023, no Equador
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) emitiu um alerta em resposta à crescente detecção de surtos de gripe aviária em aves em dez países da região das Américas, e à recente confirmação do primeiro caso de infecção humana de gripe aviária A (H5) na América do Sul.
Em um alerta epidemiológico emitido na quarta-feira (18), a Opas enfatizou a importância do controle da infecção em aves como a principal medida para reduzir o risco para humanos e recomendou que os países reforcem a vigilância da gripe sazonal e zoonótica nas populações animais e humanas.
A organização também reiterou suas diretrizes sobre diagnóstico precoce de laboratório em amostras e a respectiva investigação de casos e contatos, e recomendou que estas e outras ações de vigilância, prevenção e controle sejam realizadas em coordenação entre os setores de saúde, agricultura e meio ambiente.
Na região, o vírus da influenza A (H5N1) foi identificado pela primeira vez em aves domésticas e selvagens em dezembro de 2014 na América do Norte. Desde então e até a primeira semana de janeiro de 2023, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Panamá, Peru, Estados Unidos e Venezuela detectaram surtos deste vírus em aves domésticas, granjas avícolas ou silvestres.
As infecções deste vírus em humanos, que muitas vezes podem ter sintomas graves, têm sido muito menos frequentes, segundo a Opas. No entanto, a circulação do vírus da gripe aviária entre as aves representa um risco de casos humanos esporádicos. Até agora, duas infecções humanas foram confirmadas na região: a primeira em abril de 2022 nos Estados Unidos e a segunda em 9 de janeiro de 2023 no Equador.
A Opas afirma que em geral, os casos humanos são ocasionais e, quando ocorreram, não se espalharam facilmente de pessoa para pessoa. Entretanto, existe o risco de estabelecer uma transmissão sustentada de pessoa para pessoa e pode eventualmente levar a um surto ou mesmo a uma pandemia como ocorreu em 2009 com o vírus influenza A (H1N1).
As pessoas em risco são aquelas expostas a aves infectadas (domésticas, silvestres ou em cativeiro), tais como criadores de aves e pessoal envolvido no controle de surtos. Os profissionais da saúde também estão em risco de infecção se não forem observadas medidas adequadas de prevenção e controle, segundo a Opas.
A instituição recomenda o uso de equipamentos de proteção individual e outras medidas de higiene e saneamento.