Microsoft irá demitir 10 mil funcionários, diz empresa em comunicado
CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse que a empresa não estava imune a uma economia global mais fraca
A Microsoft irá demitir 10 mil funcionários como parte de medidas mais amplas de corte de custos, disse a empresa em um comunicado na quarta-feira (18), tornando-se a mais recente empresa de tecnologia a repensar a contratação de pessoal em meio à incerteza econômica.
Falando antes do anúncio da demissão no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, nesta quarta, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse que a empresa não estava imune a uma economia global mais fraca.
“Ninguém pode desafiar a gravidade e a gravidade aqui é o crescimento econômico ajustado pela inflação”, disse ele ao fundador do FEM, Klaus Schwab, em uma discussão transmitida ao vivo.
Em um memorando aos funcionários na quarta-feira, Nadella também citou mudanças na demanda por anos de serviços digitais durante a pandemia, bem como temores de recessão iminente.
“Estamos vivendo tempos de mudanças significativas e, quando me encontro com clientes e parceiros, algumas coisas ficam claras”, escreveu ele. “Primeiro, quando vimos os clientes acelerarem seus gastos digitais durante a pandemia, agora os vemos otimizar seus gastos digitais para fazer mais com menos.”
A Microsoft tinha aproximadamente 221 mil funcionários em tempo integral globalmente em 30 de junho de 2022, de acordo com um documento da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, com cerca de 122 mil desses funcionários baseados nos Estados Unidos.
Nadella disse que os cortes de empregos representam menos de 5% da força de trabalho total da empresa e as reduções serão concluídas até o final do terceiro trimestre fiscal deste ano, que termina em março.
Ele disse que a empresa incorrerá em uma cobrança de US$ 1,2 bilhão em seu segundo trimestre relacionada a “custos de rescisão, mudanças em nosso portfólio de hardware e custo de consolidação de arrendamento”.
“Essas decisões são difíceis, mas necessárias”, escreveu Nadella.
Várias empresas de tecnologia fizeram cortes profundos em suas forças de trabalho desde o início do ano, à medida que a inflação pesa sobre os gastos do consumidor e o aumento das taxas de juros aperta o financiamento. A demanda por serviços digitais durante a pandemia também diminuiu à medida que as pessoas retornam às suas vidas offline.
A Amazon anunciou que planeja demitir 18 mil pessoas e a Salesforce disse que está cortando 10% de sua equipe. A Meta, controladora do Facebook, também anunciou recentemente 11 mil cortes de empregos, o maior na história da empresa. Em outubro, a Axios informou que a Microsoft havia demitido menos de 1.000 funcionários em várias divisões.
Os CEOs de tecnologia, de Mark Zuckerberg, da Meta, a Marc Benioff, da Salesforce, se culparam por contratações excessivas no início da pandemia e por interpretar mal como um aumento na demanda por seus produtos esfriaria assim que as restrições do Covid-19 diminuíssem.
Embora o mercado de trabalho geral permaneça apertado, as demissões no setor de tecnologia aumentaram em um ritmo impressionante. Um relatório recente da empresa de recolocação Challenger, Gray & Christmas constatou que as demissões em tecnologia aumentaram 649% em 2022 em comparação com o ano anterior, contra apenas um aumento de 13% nos cortes de empregos na economia em geral durante o mesmo período.
A Microsoft anunciará os resultados do segundo trimestre em 24 de janeiro. O negócio de computação em nuvem Azure da empresa de software impulsionou o crescimento da receita nos três meses até setembro, já que as vendas em sua divisão de computação pessoal diminuíram ligeiramente.