Moraes recomendou discrição durante prisão de Anderson Torres
Inquérito revela autorização para Polícia Federal coletar material biológico de todos os 1.395 presos após atos criminosos contra sedes dos Três Poderes
A postura discreta adotada pelos policiais federais que cumpriram o mandando de prisão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres seguiu orientação do autor do pedido, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação está nos documentos que compõem o inquérito em tramitação na Corte aberto para apurar atos antidemocráticos e foi antecipada pela âncora da CNN Daniela Lima.
“A autoridade policial responsável pelo cumprimento dos mandados deverá evitar a exposição indevida, especialmente no cumprimento da medida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática; ficando ao seu critério a utilização ou não de uniforme e respectivos armamentos necessários à execução da ordem”, recomendou Moraes.
A mesma orientação foi dada para a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, preso na mesma investigação. Entre as 720 páginas juntadas ao processo também está a decisão que autoriza a Polícia Federal a coletar material genético de todos os presos por suposto envolvimento nos ataques às sedes do Três Poderes.
“Assim, estando plenamente justificada, nesta hipótese, a necessidade da coleta de material genético para as investigações policiais, pois há indícios de que parte das pessoas que estavam acampadas no Quartel General do Exército tenham envolvimento nos atos criminosos do dia 08 de janeiro de 2023”, decidiu o ministro.
A CNN apurou que a medida foi cumprida e tem ajudado os investigadores no apontamento da participação de cada pessoa nos crimes. As informações coletadas estão sendo cruzadas com as impressões digitais e material biológico encontrados em alvos dos vândalos.
Lista de passageiros
No inquérito consta ainda a lista de todos os passageiros de ônibus fretados que tinham como destino Brasília entre os dias 5 e 9 de janeiro. Os dados foram repassados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
De acordo com o relatório, foram identificados 343 ônibus – de 309 contratantes distintos. Ao todo, 12.560 passageiros foram transportados. A lista com os nomes e número de documento de cada passageiro foi disponibilizado à Justiça.
