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    Morgan Stanley eleva preço de ADR da Petrobras e reitera classificação neutra

    "Nós achamos que é apenas uma questão de tempo até que a Petrobras mude sua política de dividendos", afirmou o analista Bruno Montanari

    No relatório, o analista também afirma ver a ação com um preço justo, mas não descarta queda em um cenário mais intervencionista
    No relatório, o analista também afirma ver a ação com um preço justo, mas não descarta queda em um cenário mais intervencionista REUTERS/Sergio Moraes

    da Reuters

    O Morgan Stanley elevou o preço-alvo dos ADRs da Petrobras, de US$ 11,50 para US$ 12,50, segundo relatório enviado na noite de quinta-feira (5) a clientes, no qual revisaram projeções, enquanto reiteraram recomendação “equalweight” para os papeis da petrolífera.

    “Nós achamos que é apenas uma questão de tempo até que a Petrobras mude sua política de dividendos”, afirmou o analista Bruno Montanari.

    “As distribuições vinculadas aos fluxos de caixa foram robustas, mas provavelmente seguiram seu curso. Os cenários de distribuição com base no lucro implicam um yield mais próximo dos pares globais e, por si só, não justificariam a exposição à ação”, acrescentou.

    Ele avalia que a política de dividendos está entre as mudanças mais fáceis de serem implementadas por uma nova equipe no comando da estatal.

    Com um novo CEO e potencialmente novos diretores executivos sendo nomeados pelo novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o analista espera que uma das primeiras ações seja uma redução nas distribuições de dividendos.

    “Ao contrário da política de preços, que exige a modificação dos estatutos, e do nível de capital, que exige um processo de aprovação robusto e tem prazo mais longo, os dividendos são uma simples recomendação da equipe de gestão executiva e aprovados pelo conselho de administração”, argumentou.

    Ele espera que as distribuições se aproximem dos requisitos legais mínimos.

    “Com base em nossas discussões com investidores, acreditamos que a expectativa de consenso seja de uma taxa de payout de 30% a 35%. Neste ponto, definimos nossa premissa de taxa de payout em 32,5% a partir de 2023, até que haja mais visibilidade na política futura”, afirmou.

    Nesse contexto, estima dividendos da ordem de US$ 6,6 bilhões em 2023, o que veem como mudança marcante ante os US$ 42 bilhões em dividendos declarados nos últimos 12 meses até o terceiro trimestre do ano passado — US$ 23 bilhões quando excluindo pagamentos extraordinários.

    Ele afirmou que a estimativa anterior era de US$ 16 bilhões, considerando uma taxa de 60% do fluxo de caixa (FCF).

    Citando a natureza binária dos dividendos do quarto trimestre de 2022, ele assume distribuição zero para o último trimestre, com qualquer anúncio nesse sentido sendo um gatilho positivo para as ações.

    No relatório, o analista também afirma ver a ação com um preço justo, mas não descarta queda em um cenário mais intervencionista.

    “Nós esperamos uma volatilidade contínua à medida que o novo governo toma posse e começa a compartilhar sua visão e estratégia para as empresas estatais”, afirmou.

    “Embora comentários e entrevistas recentes da equipe de transição do governo para questões de energia sugiram moderação na narrativa da intervenção, acreditamos que dividendos, capex e preços de combustível correm o risco de mudar, potencialmente para pior, o que nos mantém à margem por enquanto.”

    Ao explicar a mudança no preço-alvo, ele disse que, dada a volatilidade atual e a incerteza sobre a estratégia futura, mudou temporariamente a metodologia de valuation de soma das partes para apenas EV/Ebitda.

    Nesta sexta-feira, as ações da Petrobras negociadas na bolsa paulista mostravam desempenho misto, com as preferenciais cedendo 0,34%, a R$ 23,8, enquanto os papéis ordinários subiam 0,11%, a R$ 27,11. Na semana, caminham para fechar com declínio em torno de 3% cada.