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    Especialistas debatem revogação de privatizações de 8 estatais

    Na lista estão Petrobras, Correios, EBC, Dataprev, Conab, Nuclep, PPSA e Serpro

    Tamara NassifJorge Fernando RodriguesLayane Serranoda CNN em São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou nesta segunda-feira (2) a revogação dos processos de privatizações de oito empresas estatais, iniciados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    A lista inclui Petrobras, Correios, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), armazéns e imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. (PPSA) e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

    À CNN, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o ex-presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e o presidente do Insper, Marcos Lisboa, discutiram o despacho, bem como a postura do presidente em classificar o teto de gastos como uma “estupidez”.

    Entre os especialistas, houve consenso de que a revogação das privatizações é mais uma posição política do que uma medida econômica de peso. Nas palavras de Mendonça de Barros, a medida “marca o mandato de Lula com linhas do pensamento econômico do PT” e é, na prática, “inócua”.

    “Tirando a Petrobras, a lista de estatais não inclui nenhuma grande empresa que veio da época de Getúlio Vargas, que foi um período muito importante para a nossa industrialização”, disse ele.

    Na mesma linha, Lisboa declarou que a revogação é “muito mais política do que algo economicamente relevante”.

    “O que de fato é economicamente relevante é essa visão de mundo que entende a expansão do gasto público e a coordenação do Estado nos investimentos do setor privado como garantia de crescimento econômico”, disse ele.

    “A expansão dos gastos estatais pode ser eficaz em algum momento, não é uma demonização da interferência do Estado na economia, mas não é o caso agora, em que o Brasil se encaminha para o pleno emprego. O que interessa agora é garantir uma trajetória de redução da dívida pública, e a sinalização de Lula mostra o contrário disso. Essa situação pode levar a um aumento de juros no futuro e mais pressões inflacionárias, o que é contraproducente para a retomada do crescimento.”

    Para Meirelles, nesse sentido, a solução para o desarranjo das contas públicas seria “fazer um aumento de despesas necessárias e cortar despesas desnecessárias, como companhias que não funcionam mais e benefícios, inclusive tributários, que não se justificam mais”.

    Sobre o teto de gastos, Meirelles ainda disse que é “natural” que Lula o considere uma “estupidez”.

    “Se ele acredita que o aumento indiscriminado dos gastos públicos é o que vai levar a um crescimento econômico e de renda, mesmo com todas as evidências históricas provando o contrário, evidentemente o teto de gastos é uma coisa que ele entende que só atrapalha.”

    Confira o Painel CNN na íntegra no vídeo acima.

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