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    Ex-adversário, Alckmin toma posse como vice-presidente e ministro do novo governo Lula

    Antigo rival político, Alckmin se juntou à chapa de Lula nas eleições de 2022 e acumulará também a pasta da Indústria e Comércio

    Da CNN

    Geraldo Alckmin (PSB) toma posse neste domingo (1°) como vice-presidente da República. Ex-adversário político de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele se juntou ao petista para concorrer nas eleições 2022.

    Alckmin, de 69 anos, governou o estado de São Paulo por 13 anos. Agora, será vice-presidente e também ministro da Indústria e Comércio.

    Quem é Geraldo Alckmin

    Geraldo Alckmin (PSB) tem 69 anos, é natural de Pindamonhangaba – a 156 km da capital paulista – e se formou como médico anestesista.

    O envolvimento de Alckmin com a política começou quando cursava a Faculdade de Medicina de Taubaté, no interior paulista, na década de 1970, quando participou dos movimentos estudantis católicos.

    Aos 19 anos, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e, um ano depois, em 1972, foi eleito vereador em sua cidade natal. Depois de cumprir o mandato de quatro anos, tornou-se o mais jovem a assumir o cargo de prefeito de Pindamonhangaba.

    Nas eleições estaduais de 1982, ainda sob a ditadura militar, elegeu-se deputado estadual. Nas primeiras eleições após a posse do presidente José Sarney, em 1986, Alckmin foi eleito deputado federal constituinte por São Paulo.

    Em 1988, ao lado de Franco Montoro, José Serra, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, participou da fundação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

    Reeleito deputado federal em 1990, Alckmin exerceu a presidência do PSDB de São Paulo entre 1991 e 1994 e foi convidado para compor a chapa de Mário Covas nas eleições estaduais de 1994. A dupla saiu vitoriosa ao derrotar o candidato do PDT, Francisco Rossi, com 56,12% dos votos válidos no segundo turno.

    Em 1998, Covas e Alckmin foram reeleitos no segundo turno, contra Paulo Maluf (então no PPB), para o governo de São Paulo. Indicado por Covas, concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2000, mas ficou atrás de Marta Suplicy (então no PT), eleita em segundo turno, e Paulo Maluf (então no PPB).

    Em janeiro de 2001, Covas se afastou do governo para tratar um câncer na bexiga. Ele morreu em 6 de março daquele ano. Alckmin assumiu o governo e, nas eleições de 2002, foi reeleito com 58,64% dos votos válidos no segundo turno, derrotando José Genoino (PT).

    Em março de 2006, renunciou ao governo de São Paulo para disputar as eleições presidenciais pelo PSDB. No primeiro turno, obteve 41,64% dos votos válidos, contra 48,61% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    No segundo turno, a disputa foi marcada por ataques mútuos. O petista foi reeleito com 60,83% dos votos válidos e Alckmin obteve menos votos no segundo turno presidencial do que no primeiro.

    Em 2008, Alckmin voltou a disputar a Prefeitura de São Paulo e ficou mais uma vez em terceiro lugar, atrás de Gilberto Kassab (então no DEM), que se elegeu, e Marta Suplicy (PT).

    Em 2010, Alckmin derrotou o candidato petista Aloizio Mercadante e foi eleito governador de São Paulo ainda no primeiro turno, com 50,63% dos votos válidos. Em 2014, conseguiu a reeleição também em primeiro turno, com 57,31% dos votos válidos.

    Assim como em 2006, Alckmin renunciou ao governo para disputar as eleições presidenciais de 2018. O tucano fechou a mais ampla aliança entre partidos para a campanha presidencial, mas recebeu 4,76% dos votos válidos, o pior resultado para um candidato do PSDB à Presidência, ficando atrás de Jair Bolsonaro (então no PSL), Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT).

    Após as eleições, na condição de presidente nacional do PSDB, passou a fazer participações em programas de televisão como especialista em saúde. Em dezembro de 2021, após 33 anos no partido, anunciou sua desfiliação.

    “É um novo tempo! É tempo de mudança! Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho”, afirmou no Twitter à época.

    Em meio às negociações para compor a chapa de Lula nas eleições presidenciais, Alckmin se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) em março de 2022. Em 29 de julho, o ex-governador de São Paulo foi oficializado como candidato a vice-presidente na chapa do petista.

    Ao longo da campanha, Alckmin ajudou Lula a costurar apoios refratários ao petista, como setores empresariais e do agronegócio.

    No mandato que se inicia em 2023, ele comandará também o ministério da Indústria e Comércio.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

    *com informações de Lucas Schroeder, da CNN

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