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    IPTU, IPVA, material escolar: veja como se preparar para as contas de começo de ano

    Muitos ainda são pegos de surpresa pela quantidade de gastos inevitáveis do período

    Sofia Kercherdo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    Novo ano, novas metas e novos objetivos. Os boletos, porém, continuam. A virada do ano também é sinônimo de um volume maior de gastos nos primeiros meses devido a contas como IPTU, IPVA, material escolar e por aí vai.

    A CNN conversou com Ricardo Teixeira, economista e responsável pelo MBA de gestão financeira da FGV, e Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, para mostrar como se organizar melhor para as contas de começo de ano. Confira:

    Planejamento financeiro

    Aproveitando a inspiração que vem com a renovação do ano, esse é um ótimo momento para fazer um planejamento financeiro. Para isso, em primeiro momento, é preciso colocar os gastos no papel, em uma planilha ou até em um aplicativo — o que for mais conveniente e confortável — sejam eles de curto, médio ou longo prazo.

    Rocha sugere dividir as despesas em duas: ordinárias e extraordinárias. As ordinárias são aquelas que vêm todos os anos — como impostos e despesas escolares, por exemplo.

    O ideal é somar os valores gastos com essas despesas e colocar a quantia, gradativamente, em um fundo de baixo risco, que já faz o ajuste da inflação. Assim, no final de ano, já terá o dinheiro necessário para essas despesas.

    No caso das despesas extraordinárias — como viagens, festas, presentes — é preciso ter cuidado. O 13º e adiantamento de férias, segundo os especialistas, podem parecer muito dinheiro, mas acabam rápido se não houver uma organização das finanças para computar esses gastos.

    Esse dinheiro pode ser usado para abater algumas despesas dos meses iniciais do ano — e também pode se transformar em uma reserva financeira.

    “Esse é o momento para você se preparar, fazer um bom planejamento, equilibrar as contas e construir prosperidade no próximo ano”, diz Teixeira.

    Sem medo de cortar

    A parte mais difícil de sentar e contabilizar gastos é chegar à conclusão de que é preciso cortar. É necessário adequar os gastos à realidade financeira de cada família. Reduza tudo o que for possível, mude hábitos de consumo, opte por passeios mais baratos e substituía itens caros por mais em conta. O sacrifício pode evitar o total descontrole das contas.

    Teixeira recomenda que os gastos não essenciais sejam numerados por prioridade. Aqueles imprescindíveis à felicidade e bem-estar da família podem permanecer se couberem no orçamento — o resto precisa ir embora das contas.

    “Quando a gente deixa os desejos serem mais fortes que as necessidades, você gera um desequilíbrio. Sempre”, diz Rocha.

    Renegocie os valores

    Para os especialistas, o começo do ano é o melhor momento para fazer uma renegociação de dívidas.

    Rocha defende que manter o crédito saudável é importante até para a saúde emocional do indivíduo. Portanto, sentar com seu gerente e expor seu fluxo de caixa — sem deixar atrasar, para não acabar tendo que pagar juros bastante significativos — é fundamental para começar sua jornada de recuperação financeira.

    Na hora de negociar, o principal ponto é que é preciso ter uma folga nos valores. Não se pode negociar no limite do que pode pagar. No mais, só resta ao devedor ser honesto e mostrar boa-fé. Para Teixeira, mostrar proatividade e boa vontade para resolver a situação já é um grande passo para sair do endividamento de maneira sustentável.

    De olho nos impostos

    No caso do IPTU e do IPVA, a dúvida recorrente é: pagar à vista, ao ter o dinheiro em caixa, ou optar pelo parcelamento?

    Para Ricardo, quando se tem o dinheiro, a melhor opção é pagar os valores à vista — para resolver a questão de vez. No parcelamento, a chance do indivíduo se atrapalhar e acabar esquecendo que esses valores existem é maior. Portanto, do ponto de vista da administração financeira, pode ser mais proveitoso.

    Rocha também defende o pagamento à vista, especialmente para casos como do IPVA, onde o desconto é significativo.

    *Sob supervisão de Thâmara Kaoru

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